Fomos ver como é que estavam dois municípios vizinhos de Oliveira do Hospital em matéria de investimento nas infra-estruturas vocacionadas para a Educação. Nomeadamente, ao nível da construção dos novos centros escolares, financiados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Primeira paragem: centro escolar de Seia, que abre no próximo ano lectivo. Desafio os leitores interessados nas questões do desenvolvimento a visitar a obra. Vários edifícios de arquitectura futurista, sustentados por sistemas de energias renováveis, combinam-se harmoniosamente naquele que será certamente o principal e mais moderno centro escolar da região. A obra tem um custo de 3.628,854,04 milhões de euros, e é financiada pelo QREN em 2.214.471,25 milhões de euros.
Telefonamos para um assessor de Eduardo Brito, que nos dá a informação de que o município de Seia – aproveitando os fundos comunitários – perspectiva construir, através de uma beneficiação em equipamentos existentes, mais dois centros escolares: um em S. Romão e outro em Paranhos da Beira.
Segunda paragem: centro escolar de Coja, concelho de Arganil, que fica pronto em Agosto deste ano. Numa vila com menos de dois mil habitantes, a Câmara Municipal meteu mãos à obra e está a construir, de raiz, um centro escolar, através de um investimento – atentem bem nos números, porque é importante analisá-los – de 1.172.667,00 milhões de euros. A comparticipação da União Europeia ascende a 806,407,44 mil euros.
Em S. Martinho da Cortiça, Arganil, está já em funcionamento um moderno e bem apetrechado centro escolar, que faz inveja ao que está em construção na cidade daquele que em tempos foi um dos concelhos mais importantes do distrito de Coimbra.
Do gabinete de apoio ao presidente da câmara local, referem-nos que aquela autarquia tem já em marcha o projecto para dotar a vila de Arganil com um novo centro educativo.
Terceira paragem: EB 1 de Oliveira do Hospital, que está a sofrer obras de transformação e adaptação ao que, recentemente, também se convencionou chamar com esse nome pomposo de centro escolar.
Para quem sabe do que está a acontecer na região, a imagem daquela amálgama de edifícios é confrangedora, e os números de (des) investimento na Educação muito preocupantes. A empreitada – conforme anuncia a placa – importa em 427,816,86 mil euros e é financiada pela UE em 299,471, 80 mil euros.
Significam estes números – nem vou falar de Seia, que já vai isolada à frente do pelotão há muitos anos –, que o Centro Escolar da pequena vila de Coja tem, só de comparticipação do QREN, quase o dobro do custo das obras que estão em curso num equipamento escolar para servir uma cidade.
Com a velhinha escolinha de Galizes na memória, deambulámos sofregamente pela cidade para arranjar um lugar de estacionamento. Passámos nas proximidades do mítico Largo Ribeiro do Amaral, onde com o dinheiro que estão lá a enterrar – embora admita outras opiniões, do meu ponto de vista o termo é mesmo esse –, também nós poderíamos ter um moderno centro escolar. Com os fundos do QREN, ainda sobraria algum dinheiro para um pavilhão multiusos ou quiçá para esse sempre adiado terminal rodoviário.
Perdemos esta oportunidade e continuamos a perder muitas outras. É pena!
henriquebarreto@correiodabeiraserra.com