Portugal é um pequeno país europeu, com quase 9 séculos de existência, carregando enormes responsabilidades culturais e históricas desde a sua fundação até aos dias de hoje.
Difundiu essas mesmas responsabilidades, em conjunto com a língua portuguesa, em praticamente todos os lugares do mundo, deixando marcas da sua presença.
O nosso espírito expansionista, fez com que nos tornássemos colonizadores e mais tarde emigrantes, um pouco por todo o mundo.
Os portugueses, através da sua emigração, nunca foram invasores, mas sim trabalhadores, respeitadores das leis, tradições e hábitos dos países que os acolheram.
Afinal, não estavam na sua terra nem no seu país, logo sentiram necessidade de assimilar os hábitos e as línguas dos países anfitriões, para uma tranquila e progressiva integração.
Portugal, é hoje um destino de muitos europeus, sobretudo reformados, que o procuram por tranquilidade, segurança, simpatia e qualidade de vida, fora do bulício das cidades europeias.
Apesar de a maioria ser de faixas etárias altas, são empreendedores, trazendo, com a sua integração, hábitos e costumes que em nada chocam com a nossa cultura, não recusando ou ostracizando a nossa e os nossos hábitos.
Tenho a felicidade de conviver, com muitos desses estrangeiros, colaborando activamente para a sua integração, convivendo, dando conselhos, informações, ajudas na aprendizagem da língua portuguesa e em tudo o que eles necessitem para se sentirem em casa.
Também já fui emigrante e sei como fui recebido. Respeitei, os hábitos, os costumes, as tradições e as leis, aliás o que tem acontecido com a esmagadora maioria dos portugueses fora do seu país.
Hoje tenho pena de ver o meu país invadido, por culpa de irresponsáveis, cúmplices de políticas económicas ditatoriais, incentivadoras e geradoras de novas formas de escravidão.
Meu caro leitor, já imaginou entrarem por a sua casa dentro, tomarem conta das suas coisas e destruírem o seu modo de viver?
Está na hora de acordar, de olhar em frente e defender o que é seu, pois caso contrário, sujeitar-se-á a ficar sem aquilo pelo qual trabalhou arduamente a vida toda?
O titulo deste texto pode parecer descabido perante o desenrolar dos parágrafos, mas não o é, de forma alguma, pois é, nem mais nem menos, do que um exercício metafórico.
Muitos portugueses desconhecem que tivemos uma frota de Paquetes, uma indústria, mais uma, que os profetas de Abril, destruíram, em poucas décadas em nome do globalismo, que nada mais pretende do que enriquecer sem nada produzirem, tornando-se, assim, donos do mundo, se nós o permitirmos.
Paquete é um grande navio de passageiros, usado em rotas oceânicas, em turismo e também no transporte de mercadorias, podendo transportar milhares de pessoas e tripulantes.
Para comandar um barco desta envergadura é preciso formação especializada, consciente e profissional, desde o simples tripulante, até ao topo da hierarquia de comando, logo não é qualquer um que pode assumir essa responsabilidade.
Infelizmente, uns aprendizes de comandantes, transformaram este rectângulo, num imenso Paquete, lotando-o de passageiros e tendo como imediatos, serviçais sem qualificação.
Viajar num Paquete, fazendo um cruzeiro, deverá ser uma experiência maravilhosa, com a lotação máxima devidamente acautelada, para evitar acidentes de consequências funestas, bem como uma equipa, responsável e qualificada para levar a bom porto, quer passageiros quer o próprio navio.
Imagine um Paquete, com o triplo da lotação ou mais, sem comandante capaz e sem condições mínimas de segurança, em alto mar?
E para piorar este cenário, vamos imaginar que todos os passageiros se deslocam para um lado do navio (bombordo ou estibordo), o que irá acontecer?
Será previsível um naufrágio, pois o excesso de peso fará com que o barco adorne, arrastando todos para o fundo do mar.
Portugal é um enorme Paquete, com excesso de “passageiros”, sem comando, com todos do mesmo lado, em risco de afundar.
O comandante deste navio não tem experiencia, nem formação para exercer esta tarefa, empurrando milhões para o fundo, sem compaixão nenhuma, porque ele, já tem o bote salva-vidas a postos para se evacuar, antes do naufrágio que está eminente.
Loucos ou irresponsáveis são aqueles que ainda arriscam viajar num barco com gente desta ao leme, com tripulações subservientes e ainda mais irresponsáveis do que os irresponsáveis que os aliciaram para esta viagem.
Não haverá coletes salva-vidas, nem barcos a remos para todos, nem mesmo para a “tripulação” que bajulou o comandante até ao dia do afundanço, se não colocarmos ordem nos procedimentos e fiscalizarmos a sua execução.
O seguro morreu de velho. Lembra-se?
Autor: Fernando Roldão
Texto escrito pelo antigo acordo ortográfico