Muito crítico em relação às prioridades do Governo, o candidato ao PSD nacional não deixou de apontar o dedo ao facto de o executivo de José Sócrates não saber aproveitar as oportunidades resultantes da adesão à União Europeia. “Os que entraram atrás de nós já nos ultrapassaram”, frisou, lamentando que os portugueses ainda tenham que recorrer à emigração para poder sobreviver. “Um país que entra num clube rico, não pode ter cada vez mais pessoas a caminhar para outros países”, notou, considerando que “isto não é progresso, é retrocesso económico”. Pedro Passos Coelho denunciou a existência de “assimetrias cada vez maiores” e a constatação de que “o país é mais desigual do que há 12 anos atrás”.
Na aplicação dos dinheiros do Estado, o candidato que pretende ocupar o lugar de Luís Filipe Menezes desvaloriza o novo mapa de auto-estradas, porque entende que ao mesmo tempo que se construíram auto-estradas, o governo conseguiu “desqualificar toda a outra rede viária importante”. Passos Coelho fala de um “investimento desigual” e elogia o papel da câmaras municipais que vão conseguindo captar algum dinheiro de Bruxelas.
“Precisamos de um quadro de confiança entre as pessoas e o Estado”
Assume-se como defensor de uma política que coloca as pessoas e a sociedade civil no centro das atenções e acusa o Estado de centralismo que peca por “desconfiar dos privados”. “Precisamos de um quadro de confiança entre as pessoas e o Estado”, defendeu, ao mesmo tempo que apontou o dedo às crescentes dificuldades que afectam as famílias portuguesas. Passos Coelho responsabiliza o Governo socialista por “não fazer nada para responder às situações dramáticas”.
Em período de campanha, dirigiu-se aos seus adversários na corrida pelo PSD nacional enquanto companheiros, mas deixou claro que é preciso distinguir as diferenças. É que na opinião de Passos Coelho “as ideias estão a fazer o seu curso” mas “não têm o mesmo valor na boca de qualquer um”.
Mendes apelou
Para além de manifestar o seu apoio à candidatura de Pedro Passos Coelho, o líder local do PSD aproveitou para sensibilizar o candidato sobre a necessidade de não esquecer a região interior centro. “Esperamos que quando for eleito primeiro-ministro não esqueça o local onde estamos, onde as acessibilidades são o que toda a gente sabe e os serviços fundamentais estão a sair”, sustentou José Carlos Mendes que se comprometeu em dar continuidade à mensagem de que Passos Coelho “é a melhor escolha” para o PSD.