O presidente da Junta de Freguesia de Avô, concelho de Oliveira do Hospital, António Afonso Jorge, de 73 anos, demitiu-se do cargo, invocando razões pessoais. “Não há problemas com ninguém, nem políticos nem de outra natureza, simplesmente achei que tinha cumprido a minha missão e que estava na hora de gozar o que me resta da vida”, explicou este ex-autarca eleito nas últimas eleições nas listas do PS nas eleições em Outubro de 2013.
Uma vitória conseguida por uma vantagem mínima, por apenas três votos a mais que os adversários da lista do PSD. Afonso Jorge obteve 130 votos, elegendo três mandatos, enquanto o social-democrata José Carlos Martins (127 votos e 2 mandatos). Uma terceira força política independente liderada por António da Silva Antunes ficou-se pelos 93 votos (e 2 mandatos). Após um entendimento entre os vários candidatos eleitos, Afonso Jorge ficou como presidente, José Carlos Martins ocupou o cargo de secretário e António Antunes o de tesoureiro.
“Como sou um democrata entende-mo-nos todos e ficou um de cada força”, explicou ao “CBS” o autarca que diz ter passado os últimos dois meses a ponderar a decisão que agora tomou. “Não foi de forma leviana, mas também não sou daquelas pessoas que gostam de fazer projectos a muito longo prazo”, explicou, garantindo que o projecto que apresentou aos eleitores está bem encaminhado e os projectos só precisam de ter seguimento. “Não havia dinheiro para fazer mais. É preciso esperar. Mas logo que apareça financiamento as coisas estão prontas a andar. Não tenho nada contra ninguém. Simplesmente fiz um exame de consciência e decidiu que era tempo de parar. Chegou a minha hora de curtir a vida que me resta, sem andar metido em mais trabalhos”, sublinha com um sorriso.
António Afonso Jorge repete sem parar que não tem divergências com ninguém. Nem com a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, liderada por José Carlos Alexandrino, eleito também nas listas do PS. Mas a CentroTV, porém, adiantou que a falta de maior apoio financeiro para obras na freguesia, pode estar na origem do desencanto, passado apenas nove meses depois da tomada de posse como presidente da junta. “Não é nada disso. Não tenho problemas com ninguém. As explicações que tinha a dar foram dadas a quem de direito, como o presidente da Assembleia Municipal por carta registada, a quem foi enviada a minha decisão por carta registada. Garante também que informou os seus colegas com quem trabalhou “sempre em sintonia”. Sobre o futuro diz que não lhe diz respeito e que o problema da sua sucessão terá de “ser resolvido pelo PS”.
Assembleia de Freguesia terá agora de dar posse, em princípio, ao segundo membro eleito da lista do Partido Socialista.