Home - Desporto - Rui Rodrigues também é morto.  O nosso luto futebolístico continua. Autor: João Dinis

Rui Rodrigues também é morto.  O nosso luto futebolístico continua. Autor: João Dinis

E caiu agora a notícia da morte de outro grande futebolista, o Rui Rodrigues, jogador da bola que o foi na Académica, no Benfica, no Guimarães e na Selecção Nacional A e também na Selecção Militar como foi  uso haver tempos atrás.

 

Um defesa central primeiro, que saía a meio campo em jogo, que marcava muito bem livres e penaltis. Um craque !

 

Alto o suficiente e com boa elevação e poder de antecipação. Cabeça no ar a deslindar espaços para colocar a bola, “redondinha” para os Colegas, a dezenas de metros de distância que isso, a poucos metros, qualquer um, com algum jeito, o pode fazer.   Afirmo mesmo que, à sua época, Rui Rodrigues foi dos que melhor chutavam e fosse em força fosse em jeito.

 

E sobretudo era elegante, esguio sem ser magro, era o que podemos designar,  e eu sempre assim disse, era um futebolista-bailarino, dos de “balet”, evoluindo e “dançando” sobre a relva, com bola.

 

Vi muitos e muitos jogos e treinos, ao vivo, com ele na Académica (de entre outros), e depois vi jogos dele pela televisão. Sempre notei que Rui Rodrigues não fazia um gesto descompensado ou “tosco”, jogos a fio. Dava a impressão de uma notável “leveza artística”, quase levitação, com ou sem bola, a defender ou a atacar, assim como se pisasse a relva em ponta das botas, o que, aliás, muitas vezes acontecia mesmo.

 

Foi um tecnicista dos mais puros e cristalinos na sua forma esclarecida de jogar futebol em competição sem deixar de ser pragmático e eficaz quando as circunstâncias do jogo isso exigiam. Sim, foi um jogador bastante completo e “bonito” a jogar !

 

Duas notas mais:

 

O Benfica editou há uns tempos um volume com a inclusão de algumas dezenas dos seus craques já fora de competição. Pois nessa Obra não foi incluído o Rui Rodrigues, omissão que me indigna. É mais do que um “pecado”…

 

Rui Rodrigues, um grandíssimo jogador da bola, confessava que não usava “caneleiras”, aquelas protecções “duras”  que se colocam por baixo das meias do equipamento de futebol para proteger as “canelas” (pernas) das pancadas intencionais ou não, porque, justificava ele, ” não sabia jogar com caneleiras” ! Ele, um artista da bola… Claro que, se à época isso fosse obrigatório como passou a ser, lá teria Rui Rodrigues que se adaptar às “caneleiras”  e ele, grande craque, fá-lo-ia sem problemas de maior…

 

Viva Rui Rodrigues !

 

Viva os Jogadores da Bola !

 

25 de Fevereiro de 2024

João Dinis, Jano

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