Quando se assinalam as bodas de prata do Centro Cultural e Recreativo de Vila Verde, a Associação de Desenvolvimento Samarreiros de Vila Verde surpreende a população com a realização de uma iniciativa nunca antes vista naquela localidade da freguesia de Tourais.
Vulgarmente conhecida como terra de “samarreiros” – o nome serve de designação à Associação de Desenvolvimento da localidade – Vila Verde acolhe hoje e amanhã, uma iniciativa ligada aquele que tem sido um dos principais motores de desenvolvimento da localidade, o sector dos curtumes.
Designada por “Jornadas do Couro”, a iniciativa arranca hoje às 21h00 com a realização de duas palestras no salão de festas do Centro Cultural da localidade.
O empresário Antenor Santos – curtidor de tradição familiar e autor do livro “Vila Verde Terra de Samarreiros” – será o primeiro a intervir, incidindo a sua exposição nos antigos processos de conservação, comercialização e curtimenta de peles, de tradição na aldeia, até às modernas técnicas industriais, novos artigos fabricados e suas aplicações genéricas, por exigência da moda.
O segundo conferencista, Franklin Pereira – investigador desde 1979, bolseiro da Fundação Gulbenkian e autor de diversas obras sobre a Arte e a História do Couro – irá referir os usos das manufacturas do Couro e destacar as criações actuais sobre o couro de artistas de vários países.
Para sábado, 24 de Outubro, as jornadas reservam a realização da Oficina de Artesanato em Couro. Com início às 10h00 e entrada gratuita, o workshop será dinamizado por uma artista do Couro, Ana Caldas, e Franklin Pereira.
Aberta a todas as idades, a oficina irá permitir a elaboração de porta lápis, carteiras e outras manufacturas artesanais, cortando, furando e cosendo. Durante as Jornadas, estará em exposição uma série de artefactos em couro, das colecções particulares de Antenor Santos e Franklin Pereira.
Com uma tradição ligada ao couro que remonta a medos do século XIX, a localidade de Vila Verde aguarda agora pela criação do museu dos curtumes, como forma de dar a conhecer e perpetuar uma actividade que continua viva, embora de forma mais industrializada, na conhecida terra de “samarreiros, surradores e curtidores”