O projecto de fusão das Caixa de Crédito Agrícola da Beira Centro e da estrutura de crédito de Oliveira do Hospital foi ontem chumbada pelos sócios em reunião de Assembleia Geral. Os associados da Caixa da Beira Centro (dos concelhos de Arganil, Góis, Lousã, Poiraes e Tábua) recusaram o novo plano, inviabilizando desde logo a união, apesar do voto favorável dos sócios da estrutura de Oliveira do Hospital.
A transferência da sede da Caixa da Beira Centro para Oliveira do Hospital, ficando a sede administrativa em Arganil, terá sido um dos aspectos que levou à recusa do projecto que levaria à criação da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Beira Serra e Açor. Um chumbo que se repete depois de uma primeira tentativa de fusão que ocorreu há nove anos.
“Subtrair interesses pessoais”
“Foi uma manifestação dos sócios e em democracia temos de aceitar os resultados. A votação foi inequívoca. A maioria dos sócios acharam que não era o mais vantajoso para a Caixa Beira Centro e como tal não venceu”, explicou o presidente da Caixa da Beira Centro, Francisco Batista, em declarações à Rádio Boa Nova, ele que também trabalhou no projecto de fusão, que era também defendido pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino. “Penso que o que estava delineado era um bom projecto, tendo em conta o futuro porque dava uma dimensão muito maior a um banco regional. Mas os sócios acharam que não”, continuou aquele responsável, acreditando que o processo poderá ser retomado no futuro.
Considerando que será sempre vantajoso uma fusão entre as duas estruturas, até pelas exigências cada vez maiores do Banco de Portugal, Francisco Baptista alerta, porém, para que nestes procedimentos sejam “subtraídos interesses pessoais”. “E existem sempre. E às vezes é isso que prejudica os processos. Estou à vontade porque defendi o projecto de uma forma séria”, concluiu.