O município de Tábua evocou no sábado a figura do 1.º Visconde de Midões, Roque de Abranches Castelo Branco, num debate sobre o papel das Assembleias Municipais e a evolução do poder local. A iniciativa, organizada em parceria com a Associação Nacional das Assembleias Municipais (ANAM), realçou a importância histórica do visconde, que participou na Revolução Liberal de 1820 e ajudou a moldar a Constituição de 1822. O evento serviu também para reafirmar o compromisso da autarquia em preservar e divulgar este legado, com o anúncio de novos estudos e iniciativas sobre a história do concelho.
A conferência, realizada no Auditório do Espaço Cultiva, reuniu especialistas e representantes do poder local para discutir o impacto da Constituição de 1822 na organização municipal e na autonomia dos concelhos. Pedro Delgado Alves e José Ribeiro e Castro sublinharam o papel determinante de Roque de Abranches Castelo Branco na defesa do municipalismo e na criação de um modelo de governação que, apesar da curta vigência da Constituição, viria a influenciar o futuro do poder local em Portugal.
O encontro contou ainda com a participação do Presidente da Assembleia Municipal de Tábua, Nuno Tavares, e do Presidente da ANAM, Albino Almeida, que abordaram os desafios das Assembleias Municipais no actual contexto administrativo, nomeadamente a ausência de regionalização e a necessidade de reforçar a autonomia local.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Tábua, Ricardo Cruz, esta conferência teve um duplo propósito: reconhecer a importância histórica do 1.º Visconde de Midões e aprofundar o debate sobre o papel dos municípios no desenvolvimento dos territórios. O autarca destacou o contributo dos descendentes de Roque de Abranches Castelo Branco para a valorização do seu legado e anunciou a intenção do Município de desenvolver novos estudos e iniciativas que permitam divulgar a história do concelho junto das gerações actuais.