Home - Opinião - Tecido empresarial de Oliveira do Hospital sofre nova “amputação” no ramo das Confecções. Autor: João Dinis.

Tecido empresarial de Oliveira do Hospital sofre nova “amputação” no ramo das Confecções. Autor: João Dinis.

A situação, que já justificava receio, agravou-se com a “insolvência” declarada da empresa de confecções IRSIL, em Oliveira do Hospital.

Desde logo para as suas Trabalhadoras e os seus Trabalhadores, alguns dos quais com anos e anos de trabalho na empresa e que, de repente, passam a desempregados.  Resta desejar que não o sejam por muito tempo e o ideal será mesmo que a empresa ainda possa recuperar e os reintegre sem perdas de direitos. Mas tudo isso está em sério risco, infelizmente.

Ao mesmo tempo, o Concelho e a Região podem perder uma das suas empresas mais emblemáticas, e mais importantes, construída pelo esforço dos seus trabalhadores e por uma das geração dos seus empresários/proprietários “de sucesso”, oriundos do Concelho.

Durante os 60 anos de existência, a IRSIL afirmou-se a produzir confecções de renome. Porém, o difícil contexto internacional, e até de concorrência interna, para o sector do Têxtil e das Confecções, esses contextos colocaram exigências e constrangimentos que, pelos vistos, a administração da empresa não consegue superar. É de lamentar e de renovar votos para que ainda haja alguma saída mais auspiciosa.  Cremos que ainda valerá a pena pelo menos isso ser tentado.

Sem dúvida, a IRSIL faz falta ao Concelho e à nossa Região.

De nossa parte, temos tido um relacionamento “externo” descomprometido em relação à IRSIL e há já durante muitos anos. Recuando no tempo, relembrar ainda hoje com dor a tragédia do incêndio do autocarro da empresa no início dos anos 80 do século passado, portanto há mais de 40 anos, e que vitimou várias Trabalhadoras.  Mas também assumir o prazer que sentíamos ao mencionar, e ao vestir, as conhecidas “marcas” do vestuário que esta empresa produziu e disseminou. Também por aí lamentamos este ingrato desfecho.

E sem pretender “ajustar contas” com algo ou alguém, também cabe lembrar as más políticas levadas a cabo por sucessivos (des)Governos nacionais mais os partidos promotores desses (des)Governos e as más políticas impostas pela então CEE agora União Europeia, UE, que nos têm sujeito às imposições muito nocivas  por exemplo da OMC, Organização Mundial do Comércio, que muito têm contribuído para as dificuldades sentidas designadamente do sector Têxtil e em consequência também nas Confecções.

Também cá no Concelho tem havido responsáveis pela política local que volta e meia produzem declarações voluntaristas sobre as dificuldades das empresas e que prometem isto e mais aquilo para as resolver.  Ainda há pouco tempo isso voltou a acontecer mas a vida mostra que até parece que apenas quiseram “anestesiar” a Gente tendo em vista as Eleições que decorreram entretanto.  Enfim, “estilos”…

É urgente resolver problemas nos Têxteis e nas Confecções !

A situação exige outro tipo de abordagem aos problemas.  O “eu – eu – eu” característico de uma certa forma de intervir, afinal, não resolve…

Já antes propusemos e voltamos a propor que se constitua uma “Task Force” (grupo de trabalho) a nível do Município e/ou da Região, que seja eclética e sem preconceitos, que fique em ligação o mais directa possível aos governantes nacionais para acompanhar a evolução das Confecções e propor medidas concretas de apoio público e de defesa deste sub-sector.  E antes que outras destas empresas sofram o mesmo desfecho que a IRSIL o que será desastroso para o desenvolvimento económico e social do nosso Município.  A evitar a todo o custo !

 

Abril de 2024

 

 

 

João Dinis, Jano.

 

 

 

 

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