Uma testemunha contou ao Jornal de Notícias que logo no seu primeiro dia de trabalho no canil de Seia viu um colaborador a apertar os gatos e a afogá-los. Francisco Fernandes, de 47 anos, trabalhou no canil de Seia e denunciou os alegados maus-tratos a animais, que agora estão a gerar forte polémica.
O homem explicou ao JN que congelou a matrícula em Engenharia Zootécnica na Escola Agrária de Viseu, em 2013, devido a falta de “reservas financeiras”, e acabou por começar a trabalhar no canil, onde se apercebeu de situações bastante aterrorizadoras. “Logo no primeiro dia de trabalho, vi um colaborador a apertar os gatos com um laço e a afoga-los até à morte e fiquei aterrado. Perguntei que atitude era aquela e logo dei a saber que comigo não contavam para fazer o mesmo”, explicou.
O ex-funcionário refere que o procedimento era normal sempre que havia uma lotação na cela dos gatos e era muitas vezes extensível à dos cães. “Abatem os cães adultos no corredor de cinco celas, com animais vivos por perto, não há luvas descartáveis nem balança para pesar os cadáveres”, explica a testemunha.
O homem não denunciou logo a situação por ter medo de perder o emprego, contudo acabou por ser despedido porque “criava conflitos, não cumpria as regras de saúde e higiene e por desobedecer às instruções para o exercício da actividade”. Hoje, assume que fez queixa à GNR, mas garante não ter sido o autor das imagens que circulam nas redes sociais.