Os defensores da política da terra queimada, andam há muitas dezenas de anos a acusar o antigo regime de governar alicerçados nos célebres 3 “efes”; Fátima, Futebol e Fado.
Não tive a preocupação de colocar por importância, pois a ordem dos factores é arbitrária e como diz o povo, venha o diabo e escolha.
O fenómeno Fátima apareceu em 1917.
Logo se apoderou de uma população pobre e inculta, na esperança que algo sobrenatural curasse os males provocados pela guerra, pelos homens e pela sua ganância.
O resultado deste estado emocional das populações, sempre aproveitado pelos mais cultos e poderosos, tendo como exemplo mais recente, a famosa pandemia, todas elas com um denominador comum; o medo!
O fenómeno cresceu, com a Igreja como principal patrocinador, com foros de universalidade.
Nasci perto de Fátima e esta está irreconhecível.
A fé das pessoas foi diminuindo à medida que ia tendo mais informação, mas isso não foi obstáculo aos difusores desta “espiritualidade”, sem nada de espiritual.
Nos nossos dias este culto ainda subsiste, paralelamente ao culto da mediocridade.
Primeiro “efe” está parcialmente explicado, vendo a seguir o outro, o Fado.
Este estilo musical, com reminiscências árabes, foi praticado pelo povo, com o aval da fidalguia, para assim adoçarem a boca ao Zé Povinho.
Esse estilo musical, bem português, tem vindo a perder importância, face à kizombada que se apoderou da nossa cultura.
Adicionando Fátima ao Fado, temos um cozinhado ideal para sossegar o povo e evitar que este se revolte contra um sistema caduco e estéril.
Falta falar no último “efe” desta série; o futebol!
Ganhou uma tal importância, que se transformou numa imensa fábrica de máquinas de lavar, não roupas, mas dinheiro, paralelamente a uma outra tendência bem mais moderna e rentável, a que se deu o nome de favorecimento ou corrupção!
Afinal o velho ditado “quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao do vizinho”, pode ser aplicado e concluir, que o tiro lhes saiu pela culatra.
Esta coisa de dizer mal por dizer, tem destas coisas, porque cuspir para o ar, não é inteligente.
Diz-se por aí que o futebol é o ópio do povo, ora sendo este uma droga, será que temos que castigar quem “fuma”futebol”?
Gastar o pouco que se tem, que faz falta em casa para pôr comida na mesa, educar e preparar os filhos para a vida, nesta máquina sorvedora de dinheiro, é um verdadeiro crime, piorando se compararmos os salários escandalosos e imorais que se praticam nesta modalidade, com o de um chefe de família?
Faço aqui um aparte e pergunto; será por isso que há cada vez menos médicos?
Fico estarrecido com as multidões que o futebol arrasta, nas ruas, nos campos, em frente aos canais de TV, onde doutrinadores, mais parecendo cientistas a explicar uma nova descoberta científica, transpiram sabedoria. Não vejo o mesmo fenómeno em relação aos políticos, que andam a queimar o nosso país e a atrofiar o nosso crescimento. Só podemos ser masoquistas!
Afinal a culpa é de quem promove o “efe”ou de quem o aceita e promove?
Claro que há mais modalidades desportivas que pagam salários escabrosos e mais uma vez, o Zé Povinho não reage.
Os 3 “efes” têm sido usados para atirar poeira para os olhos deste povo martirizado e humilhado, pelas classes dominantes, fazendo gato e sapato de nós, sem respeito pelos valores morais, cívicos, éticos e humanistas.
Os pregadores da democracia, inventaram uma nova palavra; democradura!
Antes das eleições, em cada 3 palavras, uma é “democracia”, tal não é o empenho que colocam na busca de tachos e mordomias.
Depois de atingirem os fins a que se propuseram, arrumam a dita palavra, para utilizarem a nova, que é um misto de democracia e ditadura.
Um mal nunca vem só, por isso entraram mais “efes” no roteiro das governações e são;
Falsidades. Falcatruas. Fogos. Falências. Fraudes. Fome! E foguetes para comemorarem os seus feitos, fomentados através das falsidades, repetidas vezes sem conta.
Ora de 3, passámos a 10, um crescimento fabuloso, muito rentável para si e para os seus patrocinadores.
Antes de terminar ainda vou mostrar mais um “efe”, que tem vindo, sorrateiramente a ser utilizado e que a maioria de nós não tem dado a importância devida e que é; Fuga!
É o “Happy end”, uma espécie de prémio pelas barbaridades a que temos assistido neste cantinho à beira mar plantado, desde, não me lembro, não sei, até à possível Fuga física se chegarem a ter que prestar contas.
Autor: Fernando Roldão
Texto escrito pelo antigo acordo ortográfico