Há dias vi um pequeno vídeo, numa rede social, que me chamou a atenção e me fez visioná-lo, umas três vezes para fazer algumas comparações.
Vou tentar descrever, o melhor possível, a cena que vi, dando algum movimento à minha escrita, tornando-a mais real.
Um cão andava calmamente por um passeio, quando subitamente, junto a uma cancela de ferro, que servia de portão, surgiu um outro canídeo, todo eriçado, nervoso e com a dentadura vem visível, ladrando para o outro.
O que circulava no passeio, após os primeiros segundo de espanto, resolveu corresponder da mesma forma, bastante mais agressiva do que a do que estava dentro do portão e assisti a um verdadeiro “duelo” de intenções, nada mais do que isso, pois o portão estava fechado.
Pensei, para com os meus botões, o que poderia acontecer se alguém abrisse o portão e estes dois agressivos cães, se encontrassem sem barreiras entre eles?
Achava que se iriam digladiar até à morte de um deles, tal era a ferocidade patente nas suas bocas, bem como as movimentações bem elucidativas do estado de espírito destes animais.
Subitamente alguém abriu o portão e os canídeos puderam encontrar-se, finalmente, sem nada a separá-los. Numa primeira fracção de segundo, pensei, vão-se matar um ao outro.
Qual foi o meu espanto ao ver as caudas encetarem um movimento de felicidade e os focinhos, outrora ferozes, se aproximarem numa atitude quase fraternal entre os dois.
A ferocidade, quase selvagem, transformou-se num verdadeiro encontro de amigos e o impensável aconteceu, ali mesmo, onde a luta esteve eminente, a paz aconteceu.
Ainda me lembro de ver jogos de futebol, aos domingos à tarde, à luz natural, bancadas cheias e onde não existia uma coisa que alguém, com segundas intenções, colocou em jogo.
Afinal é apenas uma modalidade desportiva, onde sempre houve perdedores e vencedores, com os naturais erros humanos e onde às vezes aconteciam uns mimos “apaziguadores”.
As diferenças se esvaíam às segundas-feiras, com o rescaldo dos comentadores de bancada e onde cada um fazia valer os seus argumentos e a vida continuava.
Alguns traumatizados, medrosos e também muitos cobardes, que, escondidos no meio da multidão, lançavam verdadeiros elogios à equipa de arbitragem, descarregando as suas frustrações.
Toda e qualquer comparação entre o vídeo dos cães e as atitudes desses espectadores, são meramente metafóricas, mas infelizmente reais.
A boa convivência acontecia depois do portão aberto e a vida voltava à normalidade depois de mostradas as “garras” e as “dentaduras”.
A introdução do VAR só veio amplificar o zoom destas atitudes entre os adeptos, pois o VAR comete os mesmos erros dos árbitros, pois não é este que decide, mas sim quem dirige o jogo.
As verdadeiras intenções pelas quais este foi introduzido no jogo, estão bem patentes para quem quiser pensar, pois de um árbitro e dois fiscais de linha, passámos para uns quantos elementos que em nada vieram alterar o que havia antes.
Os custos dispararam, sem que as polémicas do golo mal anulado ou do penalti mal assinalado, terminassem ou que pudessem trazer a verdade desportiva para o marcador.
Aumentando o número de oportunidades para alimentar discussões, estéreis, passamos a ter menos tempo para falar da realidade cruel que estamos a viver, sem que se hajam sinais de abrandamento desta e em que vale tudo para nos distrair dos verdadeiros problemas que vivemos hoje, tendo como base a corrupção.
O VAR do futebol já está instalado nas nossas vidas há muito tempo e nós (V)amos (A)ndar à (R)oda até ficarmos completamentos zonzos, sem capacidade de estabelecermos o nosso equilíbrio para andarmos direitos no nosso percurso de vida.
Andamos anestesiados com os VAR que nos andam a impingir no nosso dia-a-dia, num percurso de sentido único e sem retorno.
Os dirigentes, por nós eleitos, estão sob alçada de uma elite parasitária que nos usa como personagens dos seus “vídeo game” para satisfazer as suas perversas mentes, gostos duvidosos e até criminosos.
Quantos de nós já lemos as declarações de “funcionários” de “organizações”, que nos preconizam uns retornos às máscaras, às “vacinas” e a outros protocolos perversos, sombrios, obscuros, que visam apenas e só, a sua riqueza, o seu poder, bem como a satisfação da sua insanidade mental e dos seus desvios aberrantes?
Um senhor, com nome a fazer-nos lembrar o homem do bigodinho, de tristes recordações para muitos milhões de seres vivos, que não foi eleito por ninguém, veio dizer, com pompa e circunstancia que a população é para reduzir dos actuais 8 biliões, para 1 bilião, ao estilo de Josef Mengele.
Temos que fazer como os dois cães que citei no princípio deste artigo, mas alterando o final.
Fernando Roldão
Texto escrito pelo antigo acordo ortográfico