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Videogame. Autor: Fernando Roldão

Até o menos letrado sabe o que significa esta palavra, ou melhor, duas palavras, vídeo e game, que em português será jogo de vídeo.

Retrocedendo no tempo, lembro-me de jogar o super Mário e confesso que até era interessante, porque não dizê-lo, viciante.

A tecnologia foi melhorando ao ponto de nos podermos sentar numa poltrona e sentir as emoções de conduzir um Fórmula Um, tão perto da realidade, que seria um risco levantarmo-nos da cadeira, pois corríamos o perigo de sofrer um “acidente”.

O homem tem uma tendência natural para utilizar o que foi inventado ou construído para seu benefício, numa versão mais violenta ou maléfica, mas sempre contra o seu semelhante ou contra si próprio.

Este fenómeno tem produzido os seus efeitos no comportamento do ser humano e na forma dele ver o mundo que o cerca, porque, de repente, o que é meramente virtual, ele transforma-o em real, não sabendo destrinçar entre uma coisa e outra.

As elites, com tempo de sobra para pensar, resolveram aproveitar esta epidemia, transformando-a em proveito próprio para jogar os tais vídeos, durante a sua incapacidade de fazer algo de útil para a humanidade, trocando as personagens virtuais, pelas reais.

Resolveram acrescentar ao quarto poder, as suas turbulentas e doentias ideias, resultando desta fusão, numa completa descaracterização do ser humano, transformando-o num autêntico robot, acéfalo e telecomandado.

O quarto poder é uma expressão utilizada para simbolizar o poder que a comunicação social exerce sobre as pessoas, políticos e sociedade em geral.

A elite, na sua ociosidade e inabilidade de construir algo de útil para a humanidade, resolveu investir nesta área, para assim dominar melhor o mundo, onde 1 % controla os outros 99 %.

Brincam aos comandos dos jogos de vídeo, muito mais sofisticados do que aqueles que se compram para matar o tempo e embrutecer a mente, pois utilizam pessoas reais.

Os incautos, uns por falta de tempo, outros por falta de meios e finalmente aqueles que gostam de ser ignorantes, são manipulados de todas as formas.

Olhamos para os ecrãs que convivem diariamente connosco e sem darmos por isso estamos a ir na onda deles à força toda. Uma autêntica pandemia!

Estamos à porta de eleições antecipadas, que não são mais do que um nível do jogo de vídeo que estão a preparar para nós.

Os primeiros níveis são acessíveis a qualquer comum dos mortais, passando pouco a pouco para outros mais difíceis de interpretar e jogar.

A dificuldade é tanta, que a maioria desiste de subir de nível, pois as charadas, os enredos, as batotas e armadilhas, são tantas, que não nos permitem entender o nível seguinte.

A elite, que inventou, financiou e produziu os jogos, não permite que as pessoas cheguem a outros patamares, caso contrário arriscar-se-iam a perder.

É uma tarefa gigantesca, tão bem conduzida que se dá ao luxo de usar “hackers” para arruinar o trabalho daqueles, que com sacrifico do seu tempo pessoal, das suas economias e dos seus conhecimentos, se vêm confrontados com constantes boicotes às suas jogadas.

Para o dia 10 de Março de 2024 está marcado o próximo acto eleitoral, que será muito parecido com os anteriores, pois os donos disto tudo já têm a sua estratégia montada.

Será possível, que após 5 décadas de escândalos, mentiras, casos, bancas rotas, corrupção atrás de corrupção, escândalo a seguir a escândalo, as pessoas ainda têm coragem de votar nestes jogadores de “videogames”?

Se olharmos para os números e eles nunca mentem, chegamos à conclusão de que 61 % dos portugueses está ligado ao aparelho de estado, directa ou indirectamente.

Também sabemos que cerca de 52 % dos portugueses não votam há perto de 30 ou mais anos, devido à falta de confiança no “software” destes jogos.

Se estes preguiçosos, adormecidos, anestesiados ou cobardes, forem votar, podem crer que a maior parte das consolas irão parar aos caixotes do lixo, carregadas de vírus.

Eu deixei de jogar há muito, muito tempo, pois prefiro viajar na internet, aprendendo aquilo que me faz falta para me tornar cidadão, adulto e minimamente esclarecido.

Ao fazê-lo posso ser útil à minha aldeia, à minha cidade, ao meu país, tentando fazer algo de que me possa orgulhar e viver de cabeça levantada.

Sei que muitos dos apaixonados pelos jogos não gostam daqueles que não os jogam.

Eu questiono-me regularmente, como é possível viver subjugado e escravizado por uma elite, que se limita a manipular a vida dos outros?

Em Portugal ser masoquista tornou-se obrigatório?

 

 

Autor: Fernando Roldão

Texto escrito pelo antigo acordo ortográfico

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