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7 de outubro vai continuar a homenagear oliveirenses

Foram vários os nomes dos oliveirenses que, ontem, ecoaram no Salão Nobre da Câmara Municipal. No dia em que Oliveira do Hospital voltou a assinalar o dia do município e elegeu José Manuel Saraiva, Maria Amélia Almeida e a empresa Mundiveste para prestar homenagem, o reeleito presidente de Câmara não esqueceu as “quase 80 entidades e personalidades a quem o município agradeceu”. Uma prática que José Carlos Alexandrino garante que vai ser seguida no dia 7 de outubro, data que continuará a ser “de referência para os oliveirenses”.

Em período de gestão decorrente da recente eleição autárquica – a tomada de posse dos novos eleitos está marcada para 18 de outubro, às 15h00 – o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital optou ontem por se desviar da habitual intervenção política para se centrar nos oliveirenses e entidades que desde 1994, ano em que se iniciou a comemoração do dia do Município, têm vindo merecer o agradecimento e reconhecimento municipal. “Somos um concelho de gente inovadora e empreendedora, que arregaça as mangas com vontade de ir mais longe, que cria riqueza e emprego para si e para os seus conterrâneos”, começou por referir José Carlos Alexandrino reportando-se aos pioneiros da indústria, comerciantes e artistas inovadores, sem esquecer também as associações, as coletividades culturais e desportivas, bem como os autarcas “inovadores e prescientes”, pedagogos, comunicadores e outros notáveis que “participaram no moldar da História e abriram as portas à liberdade”.
OLYMPUS DIGITAL CAMERAEm causa estão personalidades e entidades – “quase 80”, especificou – que pelo seu préstimo ao concelho continuam a justificar a comemoração do feriado municipal, pese embora a decisão do governo de deixar de se festejar o feriado de 5 de outubro que assinala a Implantação da República e que motivou a comemoração do 7 de outubro em Oliveira do Hospital. “O dia 7 de outubro continuará, por isso, a ser a data de referência para os oliveirenses, um dia em que o concelho festeja a sua identidade e sentido comunitário e aproveita para agradecer a todos os que contribuem para a sua dimensão”, assegurou ontem José Carlos Alexandrino diante dos novos homenageados, que “vêm engrandecer uma lista que orgulha o concelho de Oliveira do Hospital e que deve servir de farol para todos os que aqui vivem e crescem”.

Ao jornalista e romancista José Manuel Saraiva, natural de Santo António do Alva, coube a medalha de Ouro Municipal. “Se alguém tem que agradecer e tem que homenagear sou eu e não vós. Sinto que devo às gentes da minha terra tudo o que sou”, referiu o homenageado que, em jeito de retribuição, brindou o município com um exemplar da primeira edição da obra literária que lançou em 2005 – Rosa Brava” e,entendida como um dos maiores sucessos do autor.

A título póstumo, o município atribuiu a medalha de mérito à poetisa de Travanca de Lagos, Maria Amélia Almeida. “Minha mãe sentir-se-ia muito orgulhosa por receber esta distinção por sentir que está a ser homenageada a cultura do seu país”, referiu Leonor Almeida que, louvando a homenagem feita pelo executivo camarário, informou que a condecoração recebida ocupará “lugar de destaque” na Casa da Poesia que se encontra aberta em Travanca de Lagos.

OLYMPUS DIGITAL CAMERAPelos seus 40 anos de atividade, a empresa Mundiveste recebeu também a medalha de Mérito Municipal. Uma distinção que Luciano Figueiredo, sócio fundador da empresa, não hesitou em partilhar com os restantes sócios – os falecidos irmãos Mário e António Mendonça também foram recordados – clientes e amigos, porque “sem eles esta distinção não era possível”. “Em bons e maus momentos nunca baixámos os braços. E sim, continuo a acreditar no futuro das confeções”, registou ainda o empresário.

À ARCED a Câmara Municipal decidiu ainda atribuir a medalha de mérito desportivo por na última época desportiva ter conquistado o título de campeão distrital e vencido a Taça da Associação de Futebol de Coimbra, em Futsal.

“O nosso dia feriado não será suspenso. Vai continuar a ser momento de justa homenagem”

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Contra a decisão do governo de eliminar o feriado nacional de 5 de outubro, também o presidente da Assembleia Municipal saiu em defesa da continuidade da comemoração do feriado municipal de Oliveira do Hospital. O contrário “por certo jamais se pensaria”, referiu António Lopes que não poupou nos argumentos para criticar aquela decisão do governo.

“Um governo responsável tentaria inspirar-se na data para repensar o futuro coletivo, não vergaria aos desígnios de uma troika, não seria sádico e não nos chamaria masoquistas, não nos diria que estamos melhor quando a dívida aumenta, o desemprego cresce e a nossa juventude atravessa a fronteira para ganhar no estrangeiro a vida que a pátria lhes nega”, afirmou o reeleito presidente da Assembleia Municipal, notando que por cá há “memória” e “defende-se a municipalidade e os seus seculares direitos”. “Por aqui lembramos e louvamos anualmente os melhores de nós que com o seu saber, labor e dedicação vão elevando o nome da nossa terra”, referiu, assegurando que por isso o “nosso dia feriado não será suspenso, vai continuar a ser momento de justa homenagem”.

A crítica ao governo partiu ainda do representante do PCP, João Dinis que sem deixar de felicitar os homenageados – “aqui resistir já é vencer”, frisou – considerou que os portugueses não se devem resignar ao estado a que o país chegou. “Não tem que ser assim”, referiu João Dinis, notando que “os nossos filhos e netos não estão condenados à emigração, à desesperança e à falta de condições para constituir família, amar e ser feliz”. Para o representante do PCP “é necessário mudar de governo”, certo de que “é para a sarjeta da história que deve ir”. Aos recém eleitos municipais, Dinis lembrou que “a democracia não é a ditadura da maioria, é também o respeito pelas minorias”.

Líder do movimento independente Oliveira do Hospital Sempre que teve papel determinante no resultado eleitoral autárquico de 2009, José Carlos Mendes deu os “sinceros parabéns aos homenageados”e alertou ontem para o facto de os cidadãos se reverem “cada vez menos nos políticos”, pelo que destacou a necessidade de uma “urgente mudança de práticas” porque na hora em que são pedidos sacrifícios, os portugueses “têm que sentir que vale a pena”.

“Há algo de sistematicamente errado”, alertou também o representante socialista, Rodrigues Gonçalves notando que a “crise” irá condicionar os esforços do município na captação de empresas e de apoio comunitários. “Não havendo dinheiro, a Câmara não pode fazer milagres”, registou, entendendo que “as Câmaras não deveriam ser vítimas neste processo, porque são quem mais ajuda as populações”.

Convidado a participar e a dar voz na comemoração do dia do município, o PSD optou pelo silêncio, justificando a decisão com facto de a sessão decorrer no tempo que medeia as eleições autárquicas e a tomada de posse dos novos eleitos.

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