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Duarte Carvalho, o petiz de seis anos que deixou estupefactos os experientes do BTT

Tem apenas 6 anos. Meio metro de gente. Um gosto extraordinário por bicicletas que já vem desde os três anos. Como ferramenta uma máquina pequenina. Sem os recursos modernos das grandes marcas de topo que também lhe permite a vantagem de não perder tempo a mudar de velocidade. A sua modesta máquina de duas rodas é suficiente para suportar percursos em que muitos dos mais graúdos não dispensam o conforto do transporte da carrinha de apoio. Ou transportar o veículo a pé.

Duarte Carvalho não é desses. Não desiste. Sempre a dar ao pedal. Na linha da frente para espanto daqueles habituados a estas lides. Foi assim na BTT , que decorreu no sábado, organizada pela Associação Opijovem do Fornotelheiro, uma freguesia de Celorico da Beira. Duarte Carvalho surpreendeu e espantou os cerca de 40 participantes pela sua tenacidade e resistência durante os mais de 20 quilómetros de percurso.

“À mão. Não a pedalar sempre, o resto é para os mais fracos”, responde o petiz com um a ponta de orgulho como se fosse um experiente nestas lides. “Não tive problemas. Foi sempre a andar”, conta com orgulho, sem esconder que é as descidas lhe dão um prazer invulgar. Mais velocidade. E, claro, um pequeno descanso às perninhas. “Não tenho de pedalar e gosto do vento a bater na cara. Mas a subir também não fico muito cansado”, conta como que meio envergonhado o jovem Duarte que se prepara para iniciar este ano os estudos na primeira classe. Não será por isso que vão abandonar o seu meio de transporte de eleição. “Já desde os três anos que ando de bicicleta e quero continuar”.

Os mais experientes ficaram pressionados. José Carlos Alves, um daqueles amantes de BTT experientes que raramente perde um passeio, muitos deles por trilhos quase inacessíveis, não poupou elogios ao jovem aspirante a ciclista. “É extraordinária a sua fibra, vontade, resitência física e gosto”, diz enquanto olha para a máquina básica do jovem quando comparada com a sua que tem de tudo o que mais existe de moderno. “É que enquanto nós temos de dar uma vez aos pedais, ele tem de dar quatro ou cinco. É impressionante”, frisa, uma opinião partilhada pelos seus também experientes colegas Rui Campos e João Baptista, ambos com bicicletas que preço permitiriam comprar umas boas dezenas da utilizada pelo jovem Duarte. “Só uma pequena peça custa mais que a bicicleta dele. É fantástico o miúdo”, sublinha José Carlos Alves.

Agora sonha com um daqueles “Ferraris das bicicletas”, como lhes chama. E lá vai insistindo com a família para que lhe melhorem o equipamento. A resposta, porém, “é sempre para o ano”, diz baixando a cabeça. “Como poderíamos gastar dinheiro num equipamento mais caro se em pouco tempo iria deixar de o poder utilizar uma vez que está a crescer”, explica, com razão, um familiar.

Depois desta conversa, Duarte Carvalho estava mais preocupado com o ratinho que começava a apertar no estômago que propriamente com o cansaço. O percurso pelos trilhos da freguesia do Fornotelheiro e aldeias vizinhas, deixaram mais apetite que cansaço. Agora era tempo de retemperar a barriga com um bom almoço, não sem antes dar mais umas voltas no largo onde decorriam as festas em Honra de Nossa Senhora da Graça, que se realizou no fim-de-semana, numa organização exemplar, apesar de vários contratempos, da Associação Opijovem. “Tenho fome”, remata Duarte Carvalho. E com razão.

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