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Empreendedorismo pode transformar o fracasso em sucesso. Autor: Tozé Cardoso

Numa altura de recessão financeira, o empreendedorismo muda, renova-se, altera e no meu entender melhora, pois passa a contar com a experiência dos fracassos empresariais que não resistiram e que deixaram de ter espaço na actual situação económica. Os insucessos profissionais são de tremenda importância ao longo da carreira profissional e do exercício do empreendedorismo, sendo interessante notar o medo que o Português tem do fracasso, evitando até estuda-lo.

É um bloqueio de múltiplas origens, fruto de uma educação inadequada, associada a uma prática de empreendedorismo com bases empíricas. O nosso modelo educacional prepara as pessoas para procurar empregos e não para criar negócios. Ninguém escreve sobre os fracassos que teve e o quanto aprendeu com isso. É tabu, preferimos as personagens das telenovelas onde já nascem ricos e com cargos de director de empresas prósperas, imponentes e luxuosas. Uma região rica é formada por empresários ousados, audaciosos, competentes, que ao prepararem-se para empreender, não temem fracassar e devem ser apoiados pela família, pela sociedade, pela autarquia e pelo Governo.

Estamos agora num concelho pobre que outrora fora rico. Onde estão esses arrojados empresários, comerciantes ou agricultores que tantas pessoas empregavam? Que preocupação teve a autarquia em não perder este género de gente? Não se lembrou, não estava nem está preparada para esta realidade.

Sucessos, só no campo da diversão. As obras que se fazem, é com gentes e materiais de fora, que ajudam outros a enriquecer. Enfim o empreendedorismo concelhio não vive os seus melhores dias. No entanto, é fundamental alterar a forma como se tratam os empreendedores que fracassam, é como se de repente a pessoa mudasse de cor ou de sexo ou que apanhasse uma doença grave. O fracasso empresarial não é contagioso, nem tão pouco sinónimo de azar, não nos devemos afastar nem tão pouco isolar este empresário, devemos sim perceber onde falhou e apoiar a recuperação. Poucos estão preparados para aceitar o fracasso como uma etapa da jornada empreendedora e debater o tema de uma forma madura e esclarecida.

O ideal seria não errar e acertar sempre, no entanto isso é uma utopia que não acontece em parte nenhuma do mundo, podemos sim é aumentar as hipóteses de êxito a partir de práticas que levem ao sucesso. É comum afirmar-se que é preferível realizar negócios com empresários que já tiveram experiências de insucesso profissional, que caíram no fundo do poço e treparam as suas paredes. Estes empresários além de terem interessantíssimas histórias de vida, têm maior capacidade de avaliar e quantificar os erros cometidos que lhes permite maior facilidade em iniciarem um novo negócio.

Empreendedorismo é também a arte de superar os seus próprios limites. O criador de um negócio exige intensidade em tudo o que for feito, não se faz de conta tem que haver uma entrega de “corpo e alma”. Os empreendedores genuínos conduzem a negócios triunfantes. A sorte dá muito trabalho, o sucesso nunca é por acaso, é construído com sacrifícios, com renúncias, sendo essas passagens que dão o especial sabor às conquistas. Quem já empreendeu ou empreende neste momento, sabe distinguir o real do imaginário. O resto é teoria barata para vender livros, revistas, palestras e conversa fiada. Oliveira precisa urgentemente de fazer renascer das cinzas os genuínos empreendedores.

Autor: Tozé Cardoso

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