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Mirante dos Chãos – EN 16- Guarda. Autor: João Manuel Pais Trabulo

Na retirada de Portugal para Espanha em direção a Cidad Rodrigo, as tropas de Massena fizeram-no pelo vale do Mondego.

Com uma vista estratégica sobre todo o vale, desde as encostas de Videmonte até aos castelos de Celorico da Beira e de Trancoso, entre o Tintinolho e o Soida, nas proximidades dos Chãos, Guarda, existe um mirante que foi o posto vigia que Massena utilizou.

Construído pelo exército francês para servir como posto de Comando e de Observação de Massena quando retirava, em 22 de Março de 1811, na terceira invasão francesa para Cidad de Rodrigo, perseguidos pela tropas de Wellington. Foi aqui que o invasor inimigo planeou e executou a sua defesa nessa retirada.

O vale do Mondego até á Guarda, foi sistematicamente ocupado por tropas luso-britânicas e por tropas francesas, que, alternadamente, utilizaram nos seus movimentos de combate.

Em Março de 1811, Massena esteve mais uma vez entre a região de Celorico da Beira e a Guarda, e do mirante dos Chãos controlou o movimento da retirada das suas tropas a caminho de Espanha com possibilidades de vigiar quem o perseguia. Massena escolheu a passagem pelo Vale do Mondego no intuito de fazer um reabastecimento logístico pelo facto da riqueza agrícola daquela região que saquearam e incendiaram, depois de se abastecer nas povoações e quintas dispersas pelo vale.

O mirante é uma obra de significado histórico, trata-se de uma mesa, em granito, com um mapa esquemático de localização de todas as povoações que dali se avistam. No canto superior direito existe um círculo que seria uma espécie de bússola, e ao meio duas linhas que se unem referindo-se talvez a estradas principais da época. No canto inferior direito está a data e o nome de Massena, general que comandou a terceira invasão francesa. O espaço de forma retangular, é vedado por muros com aberturas e está provido de bancos laterais nos recortes.

Infelizmente, a pedra está impercetível devido ao efeito da erosão e do tempo. No entanto, é uma obra com valor histórico que merece ser preservada como algo simbólico das invasões francesas.

13 de Maio de 2021.

 

 

 

Autor: João Manuel Pais Trabulo

 

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