… cuja função é evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás.
Quando existe este estrangulamento, o sangue passa com dificuldade, provocando cansaço, dor no peito e desmaios, e o tratamento passa por implantar uma válvula nova.
Apesar das limitações importantes que os doentes sentem na qualidade de vida (cansaço, desconforto no peito ou desmaios) após o diagnóstico, os doentes e os seus médicos hesitam se valerá a pena operar o seu coração, uma vez que o risco pode ser elevado.
Além disso, há preocupações com o apoio durante o processo de recuperação já em casa. Felizmente, hoje em dia, o cateterismo permite também tratar as válvulas cardíacas através de um pequeno orifício na virilha para aceder à circulação sanguínea, utilizando as artérias como canal de reparação do coração.
A grande diferença é que permite um restabelecimento mais rápido, pois é muito menos invasivo que uma operação convencional. Esta técnica sofisticada é uma alternativa que cresce rapidamente em todo o Mundo e espera-se que este número cresça em Portugal nos próximos anos.
A estenose aórtica é, na maioria das vezes, causada por um processo degenerativo, que surge após os 70 anos, resultado do envelhecimento. Nalgumas pessoas mais jovens, a válvula aperta em consequência de defeitos à nascença ou após infeções graves que atingem o coração.
O problema maior é que é uma doença potencialmente fatal. As melhorias produzidas pelos medicamentos são limitadas e não evitam as complicações mais graves provocadas pela exaustão cardíaca que, após os primeiros sintomas e nos apertos de alto grau, conduz à morte de metade dos doentes no primeiro ano.
A solução é a colocação de uma prótese que vai substituir a válvula que está a funcionar mal. Até agora, a cirurgia cardíaca convencional era a única opção. Porém exige abrir o esterno e a recuperação após a intervenção é prolongada. A alternativa que existe é minimamente invasiva é realizada por cateterismo através de um orifício de 8 milímetros. Permite posicionar uma prótese valvular no local da que estava entupida através da própria circulação do doente e retomar o funcionamento normal do coração com uma recuperação em apenas duas semanas.
Mas há sempre cuidados que têm que se continuar a ter, como tomar a medicação com rigor e ser reavaliado periodicamente. Em Portugal, esta técnica está disponível em quatro centros públicos e um centro privado: o Hospital de Santa Cruz (Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental) em Carnaxide, o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, o Hospital de Santa Marta, o Hospital da Luz e o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Dr. Rui Campante Teles
Cardiologista de Intervenção Coordenador do Grupo de Trabalho das Válvulas Aórticas Percutâneas da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (Grupo VAP-APIC).