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“O próprio partido que elegeu o Presidente da Assembleia Municipal foi o mesmo que o demitiu, que o expulsou e que o maltratou”

Convidado pelo correiodabeiraserra.com, Nuno Vilafanha, presidente da Comissão Política de Secção do PSD de Oliveira do Hospital e deputado municipal, comenta a situação vivida na última reunião da Assembleia Municipal e que conduziu à destituição de António Lopes de presidente da Mesa da Assembleia Municipal.

Os factos que marcaram a última sessão da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital foram de extrema gravidade. Esta é uma verdade indesmentível que ninguém pode negar ou tentar esconder. O Partido Socialista concretizou o seu desejo, tomar por completo e de forma pouco democrática a Presidência da Assembleia Municipal afastando, atrapalhadamente e de forma apressada, o Sr. António Lopes.

A resposta do Partido Socialista à moção de apoio ou confiança institucional ao Presidente da Assembleia Municipal, apresentada pelo PSD/CDS foi clara e inequívoca. Não havia confiança ou o mínimo respeito entre as partes, acabando de forma autoritária e pouco democrática, o Partido Socialista por destituir o Sr. Presidente António Lopes ou, nas suas palavras, a despedi-lo. Porquê? O que mudou do primeiro mandato para este? Estas perguntas e muitas outras ainda não tiveram uma resposta cabal e clara por parte do Partido Socialista. Todos os Oliveirenses merecem e têm o direito de saber o porquê deste acto de enorme gravidade e significado político.

Queríamos somente clarificar as águas e esse objectivo foi conseguido. Somente, não esperávamos que se seguisse uma tempestade tão violenta e crispada conforme aquela que ocorreu na Assembleia Municipal. As ondas de choque desse quase terramoto político estão a aparecer e parece-me, não vão parar por aqui. As acusações, as ameaças e as denúncias a que assistimos decerto irão tomar forma e aquele castelo socialista que parecia erguer-se numa base sólida parece agora começar a desmoronar-se, como um frágil castelo de areia, sob os olhares incrédulos dos Oliveirenses.
Os motivos que levaram à declaração de guerra institucional e agora, lamentavelmente, guerra pessoal foram somente aflorados mas, seguramente, irão ser mais aprofundados, explorados e comentados. A ser verdade tudo o que ouvimos, tem o Partido Socialista vários problemas nas mãos e muitas bombas prestes a rebentar. As dúvidas que ficaram a pairar sobre pessoas e instituições são tão ou mais gravosas que o acto, pouco digno e democrático, da destituição do Presidente da Assembleia Municipal.

É preciso relembrar, e nunca é demais realçar, que o próprio partido que elegeu o Presidente da Assembleia Municipal foi o mesmo que o demitiu, que o expulsou e que o maltratou. Tudo isto sem uma explicação cabal e sem uma justificação verdadeiramente forte e plausível.

Com este divórcio ruidoso acaba-se também a equipa que ganhou as eleições autárquicas nestes dois últimos mandatos. Podemos concluir e afirmar que esta falsa relação terminou da pior forma mas, infelizmente, terminou da pior forma para Oliveira do Hospital e as consequências para os Oliveirenses decerto não tardarão a aparecer.

O Partido Socialista demonstrou ainda um total e lamentável desrespeito pelos Oliveirenses e particularmente, por todos aqueles que votaram de forma clara e massiva, e é preciso reafirmá-lo, não no Partido Socialista mas nas pessoas do Prof. José Carlos Alexandrino e no Sr. António Lopes. Votaram naquelas que seriam duas figuras assumidamente independentes que estavam debaixo da bandeira do Partido Socialista. O que acontece agora, aos olhos de todos, é uma destruição desse projecto. Tenho a certeza que, cada vez mais, a bandeira do Partido Socialista se irá sobrepor à bandeira do nosso Concelho. Os interesses do Partido Socialista tenderão a ser mais importantes que os interesses de Oliveira do Hospital.

O Partido Socialista deixa também transparecer uma tentativa de calar, de silenciar e afastar as vozes incómodas daqueles que concorreram pelo Partido Socialista mas que não são, nem nunca foram, socialistas. Temo agora que todos os não socialistas, que integraram listas socialistas, sejam ainda mais amarrados e amordaçados pelo Partido Socialista para não permitirem mais fugas e mais desistências. Vamos aguardar para ver quem será o próximo.

O próprio decurso e funcionamento da Assembleia Municipal foi muito afectado e condicionado. Parece-me que houve, de forma evidente, uma série de ilegalidades formais que é necessário verificar e reparar. Para isso, a Mesa criada à pressa, onde se inclui um jurista, deverá averiguar se procedeu de forma legal ou se procedeu, conforme julgamos, de forma ilegal, podendo por em causa a própria validade daquela Assembleia e dos actos nela praticados.

Oliveira do Hospital e os Oliveirenses podem contar, como sempre, com o Partido Social Democrata. Reafirmamos a nossa disponibilidade para ajudar e colaborar para uma resolução responsável dos problemas do nosso Concelho contudo, também exigimos e queremos saber toda a verdade. Queremos ver esclarecidas todas as situações que parecem menos claras. O Partido Social Democrata quer fazer parte da solução e não parte do problema como, infelizmente, o tem sido o Partido Socialista.

Nuno Vilafanha

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