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Universidade do Porto investiga bebidas que podem ser a chave para prevenir doenças cardiovasculares

São fermentadas de forma análoga a um vinho, mas não têm álcool e os investigadores suspeitam ter a chave para a prevenção de doenças cardiovasculares (DCV). Estas receitas, formuladas pela SUMOL + COMPAL e Tetrapack e ricas em fruta contendo compostos fenólicos (antioxidantes) associados à saúde, propõem prevenir ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais.

Néctares do futuro, utilizam a tecnologia de fermentação alcoólica através de leveduras para reduzir o teor de açúcar dos sumos sem lhes alterar o sabor. Para além desta vantagem para a saúde, querem combater a principal causa de morte em todo o mundo. Nos próximos meses, começam a chegar aos laboratórios da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) para serem testados. Numa primeira fase, o foco serão as características químicas e nutricionais, para perceber o que muda num sumo ao ser fermentado e quais as moléculas e nutrientes mais promissores.

Um estudo inicial para um objetivo bem claro: “Queremos perceber se estas bebidas são capazes de reverter um conjunto de alterações metabólicas, como a diabetes e a hipertensão, porque sabemos que quem as desenvolve tem 3,5 vezes mais propensão para desenvolver DCV”, explica a líder do projeto, Iva Fernandes, docente da FCUP e investigadora do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE).

No projecto FERMEN.TO, os investigadores querem perceber todo o impacto do processo de fermentação numa bebida durante a sua produção e a viagem e transformação dos diferentes componentes após ingestão por via oral. “Para perceber o impacto das bebidas fermentadas na saúde humana, vamos simular, numa plataforma in vitro o processo de ingestão dos sumos desde a boca, passando pelo estômago e intestino, retirar amostras ao longo do processo e perceber o que é absorvido em cada compartimento”, conta.

No final da “viagem” simulada destas bebidas pelo corpo humano, vão ser seleccionadas as moléculas mais relevantes que poderão chegar aos diferentes órgãos através da corrente sanguínea. Para testar se revertem ou não as condições metabólicas, no final, o que resulta deste projecto é testado com células adiposas e do tecido muscular, onde serão simuladas condições como a diabetes ou a hipertensão.

O objectivo é confirmar se estes sumos fermentados são “mais fáceis de digerir” e se fortalecem a flora intestinal e para isso também se estuda a microbiota após a ingestão destas bebidas.

O passo seguinte, que ficará para um novo projecto, será validar estes resultados em voluntários com e sem síndrome metabólica.

Se os resultados forem os esperados, os produtores poderão avançar com estas novas bebidas funcionais e prepará-las para chegar às prateleiras e fazer a diferença.

O projecto FERMEN.TO tem a duração de 18 meses e conta com o envolvimento de investigadores da FCUP e LAQV-REQUIMTE, da NOVA Medical School (NMS), do Instituto de investigação em Ciências da Alimentação da Universidade de Madrid, da Sumol+Compal e da Tetrapack.

 

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