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Monumento da época medieval descoberto no concelho do Carregal do Sal

Um munícipe do Concelho de Carregal do Sal descobriu de forma inopinada um monumento arqueológico. Trata-se estela funerária de cabeceira de sepultura. Cronologicamente, a generalização do uso deste tipo de monumentos, ocorreu entre os séculos XIII e XVI (época medieval), podendo no entanto, inserir-se noutro período.

A descoberta pertenceu a Fernando Pereira, morador em Casal Mendo, que se deparou, enquanto realizava trabalhos agrícolas na sua propriedade com uma pedra de “formato curioso onde estavam esculpidas duas cruzes”. Impressionado contactou o Museu Municipal e, de imediato, o técnico do Município, pôs-se a caminho para aferir da nova descoberta. Concluiu rapidamente que se tratava de uma estela funerária de cabeceira de sepultura.

A descoberta ocorreu no Sítio Arqueológico do Passal, junto ao Penedo do Sino, ambos pertencentes ao Circuito Arqueológico da Cova da Moira. No mesmo local, existe uma outra estela funerária já conhecida e que está integrada na fachada norte de uma antiga palheira. Reforça-se assim a ligação daquele lugar a uma possível necrópole medieval, associada a uma igreja primitiva que outrora ali existiu.

À semelhança de outros exemplares conhecidos em território concelhio, o suporte de fabrico utilizado na estela funerária agora descoberta foi o granito, matéria-prima abundante nestas paragens. O monumento apresenta a forma circular ou discoide e possui gravado um motivo cruciforme em alto-relevo, rodeado por um círculo rebaixado, tanto no anverso como no reverso do monólito.

Genericamente estela significa laje, coluna ou pilar, podendo ou não ostentar uma inscrição figurativa ou escrita e é comemorativa ou evocativa de determinado evento religioso ou profano. É uma forma de veicular diversos tipos de mensagens, mas neste contexto de estela funerária, ela corresponde a um marco sinalizador de uma circunstância, o sepultamento de um indivíduo e era colocada na cabeceira das sepulturas, assente num espigão, sendo este enterrado de forma a fixá-la ao solo.

Outras estelas funerárias conhecidas no concelho, recorrem iconograficamente a motivos cruciformes, em que a cruz parece assumir-se como símbolo cristão, de identificação do defunto com a sua religião e não meramente um motivo decorativo. A preponderância da cruz sob diversas formas, revela concepção cristã da morte e o desejo simbólico do crente em morrer junto dela, tendo em vista a ressurreição conforme o exemplo de Cristo.

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