O presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital lembrou que, apesar da revolução, o concelho de Oliveira do Hospital tem um serviço de “saúde débil” e um “IC6” por concluir. “A democracia não resolveu todos os problemas”, referiu José Carlos Alexandrino, numa cerimónia que contou ainda com discursos de elementos de vários partidos representados na Assembleia Municipal.
O Município de Oliveira do Hospital celebrou os 50 anos do 25 de Abril com uma sessão solene, onde discursaram os vários partidos com representação na Assembleia Municipal, com o Presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital e ex-deputado na Assembleia da República na anterior legislatura, José Carlos Alexandrino, a congratular-se pela dinâmica imprimida pela autarquia oliveirense às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Alexandrino frisou que nas últimas cinco décadas “o país foi-se desenvolvendo e as conquistas foram muitas”. “A democracia, no entanto, não resolveu todos os problemas”. “Enquanto tivermos um pobre, não teremos uma democracia plena”, afirmou, lembrando que apesar da revolução o concelho de Oliveira do Hospital tem um serviço de “saúde débil” e um “IC6”, uma obra pela qual o próprio fez várias promessas que não cumpriu, continua “inacabado”.
O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, considera que celebrar Abril “é um trabalho diário” e mostrou-se “orgulhoso” por viver naquilo que ele considera um “concelho em franco desenvolvimento” onde se defende a saúde, a educação e a habitação, “os alicerces da democracia”, e onde “não se deixa ninguém para trás”. O presidente do Município lembrou que o concelho está a ser “cada vez mais procurado por cidadãos que vêm de toda a parte do Mundo à procura de paz” e lembrou que as escolas do concelho contam com alunos de 25 nacionalidades. “Por isso somos um Município amigo das famílias e que apoia os mais vulneráveis”, justificou, defendendo que “celebrar Abril é corrigir as desigualdades sociais”.
Francisco Rodrigues, vereador eleito pelo PSD, recordou “o povo reprimido e o país isolado do resto do mundo” antes de 1974, quando “saíram à rua a gritar por liberdade”. Elogiou o papel dos Capitães de Abril que “devolveram ao povo português a alegria de ter liberdade e viver em democracia”. “Cinquenta anos depois, gerámos imenso progresso, criámos infra-estruturas” num “país moderno competitivo”. Sem “esquecer o que éramos antes do 25 de Abril”, a data “interpela-nos” para dar aos jovens “um futuro com oportunidades, sem amarras”.
“Lembremos a coragem dos Capitães de Abril. Que permitiram a constituição de partidos políticos, o direito à greve, o Salário Mínimo Nacional, a reforma, o Serviço Nacional de Saúde e o direito ao ensino”, lembrou emocionado o presidente da Junta de Meruge, eleito pela CDU, João Abreu, para quem o o 25 de Abril de 1974 é a data histórica que “libertou o povo de uma ditadura fascista”. “Abril abriu caminho para a promoção da paz, da solidariedade e amizade entre povos”, continuou, sublinhando que é necessário “garantir melhores condições aos jovens, de reforçar o SNS, a habitação, reverter a imigração forçada”, combatendo também a corrupção.
A jovem Sara Marques, de 18 anos, em nome do CDS, defendeu que “a democracia é uma árvore que precisa de ser cuidada por todos nós”. “Cabe-nos a nós honrar o passado. A democracia não tem cor e quer-se livre”, disse. Na sua intervenção, a jovem lamentou que o interior continue a ser “injustiçado face aos grandes centros urbanos”. “Que façamos diferente. Podemos lutar por um país mais livre, mais justo e mais próspero para todos”, concluiu.