Depois de já ter defendido, em carta aberta que enviou ao secretário de Estado do Ensino Superior, a integração do IPC na Universidade de Coimbra, o fundador do PS e membro do Conselho de Administração da BLC3 desafiou ontem a Federação Distrital do PS a “tomar posição contra um tipo que se diz socialista”.
António Campos está em “pé de guerra” com o Instituto Politécnico de Coimbra e o seu presidente, Rui Antunes. Passados poucos dias desde que foi tornada pública a carta aberta que o Conselho de Administração da BLC3, de que faz parte, dirigiu ao Secretário de Estado do Ensino Superior, António Campos voltou ontem a defender a integração do IPC na Universidade de Coimbra, com benefícios claros para a segunda e para a própria cidade.
A participar no debate do Orçamento de Estado para 2014 que trouxe a Oliveira do Hospital os deputados da Assembleia da República, Paulo Campos e João Galamba, o fundador do Partido Socialista disse não ser contra a reforma do ensino superior que está a ser levada a cabo pelo governo, mas antes contra a forma como está a decorrer no seio do IPC e com claros prejuízos para Oliveira do Hospital.
“O Politécnico tem fechado os cursos aqui, para levar os menino para Coimbra. A nossa posição é muito clara. A grande estrutura da cidade é a universidade e o IPC prejudica a cidade”, afirmou António Campos, verificando que o possível fecho do IPC faria com que a Universidade, que hoje tem 20 mil alunos , passasse a ter 30 mil alunos, ganhando com isso “maior importância” porque “hoje não é grande universidade nacional”.
Nada satisfeito com “ataque” que tem sido feito contra a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH), António Campos reage com a proposta de agregação do IPC pela Universidade de Coimbra. Para tal, o responsável pela BLC3 e socialista vale-se da proximidade geográfica das escolas e da duplicação da oferta formativa na cidade. “Os cursos estão a 100 metros uns dos outros e os professores são os mesmos”, sustentou, exortando a que por esta altura se tome uma “posição forte a favor do fecho do Politécnico”.
Um desafio que António Campos dirigiu ao presidente da Federação Distrital do PS a quem pediu uma “posição clara”, por se tratar de uma “questão de justiça” e representar “uma vantagem para a cidade”. Na prática, o que António Campos defende é o fecho do IPC e abertura de “outros cursos” na ESTGOH que “tenham interesse no interior”, porque “estamos a 70, 80 quilómetros de qualquer universidade”.
A posição de Campos não se esgota porém no fecho do IPC. Em causa está também o desagrado do socialista relativamente à atuação do presidente daquela instituição de ensino superior, pelo que do mesmo modo desafiou a Federação do PS a tomar “posição” contra Rui Antunes. “A Federação tem obrigação de tomar posição contra um tipo que se diz socialista e que, no fim de contas, não tem sensibilidade do que é estar à frente de uma instituição de serviço público”, referiu António Campos.
O correiodabeiraserra.com aguarda por reação de Rui Antunes às declarações proferidas por António Campos.