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Autarcas defendem que serra da Estrela “continua viva” e tem muito para oferecer aos visitantes

Os autarcas da região da serra da Estrela, que foi atingida pelos incêndios, assumiram hoje que a região “continua viva, apesar de ter sido muito fragilizada”, e desafiaram os portugueses e os estrangeiros a visitarem o território. Os empresários da região pediram mesmo ao Governo a suspensão temporária das portagens da A25 e A23.  “As pessoas, agora, estão traumatizadas e, com as imagens que viram nas televisões, acham que o território está de negro. Existe ainda muito território verde, felizmente”, disse hoje o presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE).

“Há muita gastronomia excelente para saborear, há muito vinho óptimo do Dão e não só, da Beira Interior Norte, para beber. E não só. Há paisagem verde, ainda, para observar e sentir”, continuou Luís Tadeu que falava aos jornalistas no final de uma reunião com a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, realizada em Manteigas, no distrito da Guarda, com autarcas, entidades de desenvolvimento regional e agentes económicos da região do Parque Natural da Serra da Estrela. O encontro serviu para avaliar o impacto dos recentes incêndios florestais, identificar os principais constrangimentos e delinear futuras medidas de prevenção.

Na opinião do presidente da CIM-BSE, é preciso “desmistificar, perante as pessoas que podem estar a pensar” em visitar a região, “mas que perderam a vontade, agora, com o incêndio”.  “Nós continuamos cá, continuamos vivos, a nossa serra continua viva, apesar de ter sido muito fragilizada, mas temos muita riqueza para continuar a mostrar. E, sobretudo, temos uma hospitalidade como ninguém. E, por isso, só esperamos que as pessoas nunca percam a vontade de vir conhecer este seu território, que também é delas, sejam nacionais, sejam estrangeiras (…). Nós estamos cá de portas abertas para as receber, e bem receber. Venham elas e serão recebidas de braços abertos”, afirmou.

Presidente da CM de Manteigas quer saber como foi possível a reactivação do incêndio

Luís Tadeu referiu que, neste momento, “há muitas urgências”, não só na parte da promoção, como em outras áreas. Sobre a promoção, disse que foi muito abordada na reunião de hoje e que a secretária de Estado Rita Marques “tomou boa nota e que vai colocar como uma das acções fundamentais não só para agora, para o imediato, mas para o curto e médio prazo”.

Já o presidente da Câmara de Manteigas, Flávio Massano, disse que o concelho depende do turismo e que os prejuízos são difíceis de quantificar, porque não se consegue perceber quantas pessoas vão deixar de visitar o território. “Aquilo que nós pretendemos, municípios e Governo, é pôr medidas práticas no terreno, o quanto antes, para que esse efeito nefasto não se faça sentir durante muito tempo e seja apenas agora uma questão de curto prazo”, afirmou.

Flávio Massano também disse esperar que o estudo independente responda por que razão um incêndio que esteve em vigilância activa em Vale de Amoreira tenha sido reactivado e tenha destruído mais nove mil hectares. “As pessoas que aqui vivem merecem o nosso respeito e merecem respostas concretas sobre o porquê, o quando e como é que aconteceu este incêndio”, vincou.

No final da reunião, o empresário Luís Veiga, da Covilhã, disse que uma das medidas sugeridas ao Governo foi a possibilidade de as portagens nas auto-estradas da região serem suspensas “com efeitos imediatos”.

A serra da Estrela foi afectada por um incêndio que deflagrou no dia 6 de Agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e que foi dado como dominado no dia 13. O fogo sofreu uma reactivação no dia 15 e foi considerado novamente dominado no dia 17 do mesmo mês, à noite.

As chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco. No dia 25, o Governo aprovou a declaração de situação de calamidade para o PNSE, afectado desde Julho por fogos, conforme pedido pelos autarcas dos territórios atingidos. A situação de calamidade foi já publicada em Diário da República e vai vigorar pelo período de um ano, para “efeitos de reposição da normalidade na respectiva área geográfica”.

 

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