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Há cerca de um mês atrás, expus aqui o caso do Brasil, quando tinha alcançado o 2º lugar, atrás dos EUA com 330 mil casos. E há exactamente 1 mês, a 20 de Maio, escrevia aqui que o Brasil estava na rota de 1 milhão. Hoje cumpre-se essa previsão, sem surpresa.
O que é surpresa é o número de novos casos com que atinge a barreira de 1 milhão, exactamente com um recorde absoluto, com 49554 novos casos num só dia. Muito acima do anterior recorde dos EUA de 39072 casos ocorrido a 24 de Abril.
Ao nível da letalidade de Covid-19 também tinha referido nesses posts que o Brasil em meados de Junho atingiria o 2º lugar, ultrapassando o Reino Unido na zona dos 40 mil óbitos. Foi a 12 de Junho que isso ocorreu, contudo a minha previsão estava errada, não por excesso, mas por defeito. Tinha apontado a previsão de 60 mil óbitos para meados de Julho, pois não, esse número será ainda alcançado mais cedo, entre finais de Junho e princípio de Julho. E com essa evolução, com elevada probabilidade, o Brasil ultrapassará a barreira dos 100 mil mortes com Covid-19. Juntando-se mais uma vez aos EUA nos recordes absolutos da pandemia.
Se ao nível da curva de letalidade indicia a definição do pico da curva, já ao nível da curva epidémica de novos casos, com este número de hoje que altera a tendência, tornou indefinido a ocorrência do respectivo pico.
O Brasil não está só na América do Sul, é acompanhado pelo Peru e pelo Chile, com números impressionantes, acima dos 200 mil casos confirmados. O Peru já terá aparentemente passado pelo pico dos novos casos, enquanto que o Chile ainda estará a passar por ele, já que nos últimos dias conseguiu baixar o R0 abaixo da barreira de 1.0. O Brasil “raspou” o R0(t) nesse limiar, mas com os números dos últimos dias, voltou novamente a deixar “escorregar” essa barreira tão importante para poder controlar a propagação da epidemia. Com isso, o Brasil está agora na rota dos 2 milhões de casos, barreira essa que foi alcançada pelos EUA a 7 de Junho.
Autor: Carlos Antunes
