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Mais de metade das crianças hospitalizadas experiência a dor, pelo menos uma vez, quer pela doença, quer pelos tratamentos a que são submetidas. Apesar da grande mudança ocorrida nas últimas duas décadas quanto à avaliação e tratamento da dor nas crianças, é necessário prosseguir os esforços para conhecer melhor a realidade portuguesa e para melhorar a prevenção e tratamento da dor.
A prevalência da dor durante a hospitalização dos 0 aos 18 anos permanece elevada, revelando ainda sub-avaliação e sub-tratamento da dor. São precisos modelos organizacionais que estabeleçam o compromisso institucional com a gestão da dor e reduzam o hiato entre conhecimento e prática.
O medo e a ansiedade das crianças e pais são fatores agravantes da dor, devendo a ansiedade antecipatória ser minimizada através de uma abordagem correta da dor desde o primeiro contacto com os serviços de saúde.
A prevenção e o tratamento da dor, na maioria das situações, dentro e fora do hospital, podem ser feitos com recurso a medicamentos pouco dispendiosos, associados a técnicas não farmacológicas que ajudam a controlar o medo e a ansiedade, e a melhorar a condição física. Os profissionais dispõem, ainda, de um conjunto de orientações técnicas relativas ao controlo da dor em recém-nascidos, nas crianças com doença oncológica e na realização de procedimentos invasivos que devem ser estudadas e aplicadas a fim de aliviar a dor na criança hospitalizada.
A dor na criança é um dos temas em destaque no Convénio da Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor (ASTOR), que irá decorrer na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, no próximo dia 30 de Janeiro.
Autora: Ananda Fernandes, Professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
