É o slogan gritado, a cada esquina, em tempos de Receção ao Caloiro ou Semana Académica. É a afirmação de uma cidade que quer a sua escola e de estudantes que se sentem bem numa cidade que já é sua.
No entanto, por mais que gritemos que ela é nossa, está cada vez mais perto de deixar de o ser. As intenções do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) em esvaziar a nossa Escola de utilidade ou de cursos atrativos têm sido manifestadas de formas particularmente visíveis e o fecho, este ano letivo, do curso que mais concorrentes teve nos vários anos do Concurso Nacional de Acesso, Administração e Marketing, é a mais significativa facada na sobrevivência da instituição.
Esta foi uma história que começou há dois anos, quando se ameaçou, a poucos dias do novo ano letivo, dar à escola orçamento zero. A luta dos intervenientes locais, nomeadamente do presidente do Município, e dos estudantes, evitou que isso acontecesse, mas o pior mal já estava feito – feriu-se de morte a credibilidade da Escola. De lá para cá, Rui Antunes, o presidente do IPC, não deixou de ser “um incendiário”.
Este protagonista é, e não o tentemos disfarçar com palavras brandas, um inimigo da nossa Escola e, consequentemente, um inimigo da nossa terra. Retirar os nossos cursos para reforçar o ISEC ou o ISCAC é criminoso e promotor de desigualdade, esquecendo-se do papel da ESTGOH na redução de assimetrias em relação ao litoral.
Mas porquê eu estar aqui a dizer o que toda a gente já sabe? Porque, ao ficarmos quietos, também somos inimigos da continuidade da ESTGOH. A Câmara Municipal tem usado a sua influência, o que foi notório até pela presença no Parlamento, mas os cidadãos e os outros responsáveis têm também de assumir o seu papel. Cabe ao Presidente da Escola, à Associação de Estudantes e a cada um dos que compõe a comunidade escolar, lutar com as próprias mãos para evitar um fim trágico para os estudantes e para a região.
Acredito, e foi isso que fui aprendendo quando era dirigente associativo, que só em união e num trabalho conjunto de contestação serão conseguidas vitórias e se conseguirá fazer perceber, ao IPC, ao Ministério da Educação e ao país, a injustiça que se está a fazer para com Oliveira do Hospital.
Todos somos poucos para ajudar nesta causa. E devemos ser barulhentos, porque queremos que nos ouçam. Ninguém deve desistir.
Ainda vale a pena dizer que…
-Respeitar a opinião dos outros é um dos pergaminhos mais importantes para qualquer responsável público ou político. Quando escrevo aqui no Correio da Beira Serra não o faço com intenção de atacar ou denegrir alguém. Faço-o com a intenção de contribuir, com opiniões construtivas, para melhorar o espaço público da cidade e da região. Faz parte da humildade democrática aceitar estas opiniões, que são sempre fundamentadas e, não sendo absolutas ou passíveis de concordância total, são dadas em total boa-fé. Esta semana tive provas de que nem sempre a elevação e a responsabilidade estão no léxico da nossa política local. É lamentável.
– Estou a colaborar com uma iniciativa da Associação Juvenil dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, intitulada “Por um Natal Melhor”. O objetivo é recolher bens não perecíveis e fazer com que o espírito de alegria e felicidade que carateriza esta época festiva chegue a toda a gente. É no dia 14 de dezembro e já tem confirmados os UHF, o DJ Fernando Alvim e vários nomes conhecidos da região. Num próximo texto, mais informações.
– Manuel Machado é o novo presidente da Comissão Intermunicipal da Região Coimbra, sendo secundado por José Carlos Alexandrino e Ricardo Pereira Alves, como seus vice-presidentes. O protagonismo dado a dois autarcas do Alto Distrito, como são Alexandrino e Alves, é um bom sinal para todos os que temiam que a integração de Oliveira do Hospital nesta CIM pudesse significar um abafamento face às maiores cidades do distrito.
Pedro Coelho