2. Aquando da minha passagem pelo F. C. O. Hospital como treinador, havia um miúdo do Ervedal que tinha abandonado a Escola, talvez no sétimo ano. Comecei a levá-lo comigo quando ia para os treinos. Não que ele tivesse jeito para a bola, mas sempre era melhor do que ficar pela rua.
3. Nessa altura era massagista do clube o Artur, bom profissional, natural de Barcelos. Começou a gostar do miúdo e começou-lhe a ensinar algumas coisas da sua arte. Este começou a gostar e passado algum tempo já ajudava o Artur aquando das massagens após os banhos de imersão. Fica no Oliveira época e meia.
4. Quando saí do Oliveira e fui para o Touriz, o Paulo também foi comigo como ajudante de massagista. No segundo ano teve oportunidade de passar a massagista principal. Começara a realizar o sonho “ser” massagista.
5. Sai do Touriz quando vai para a tropa. No fim de realizar o serviço militar tem um convite para ir para o Esposende da 2ª Divisão. Aceita e parte para uma nova aventura. No final da época o clube sobe à Divisão de Honra.
6. Nesse ano é massagista de grandes jogadores: Petit (jogador do Benfica e da selecção), Alfredo Brás, Nilton… Trabalha com bons treinadores: Dito, Luís Campos, Quim Vitorino, José Luís, João Eusébio…
7. Quando o Esposende desce de divisão e o clube atravessa uma crise financeira, vai para o Arcos de Valdevez onde se encontra até hoje.
8. Durante este percurso casa com a Vanessa e tem um filho que é o Alexandre. Este nasce com um imagiona com epicentro na carótida. Não pode ser operado e é apenas tratado com cortizona. Pai e mãe passam noites em claro e em sofrimento, com corridas constantes para Hospitais. É o desabar do seu mundo.
9. Entretanto o Alexandre resiste e faz pequenos progressos que são grandes vitórias. Muito mais importante que as vitórias da equipa do pai. Inconformados arranjam maneira de o menino ser visto nos E.U.A. por uma equipa médica. A Vanessa acaba de chegar e vem esperançada. O Paulo já está mais feliz, pois trinta dias de separação é muito.
10. Por isso hoje dedico a este casal o meu “Fora de Jogo”, como forma de lhes dizer que o “Alexandre” ainda lhes vai dar muitas vitórias, pois a principal já a venceu, que foi o jogo da VIDA. O resto virá mais lentamente mas virá.
José Carlos Alexandrino