O Partido Socialista local, sem que seja culpa exclusiva da sua liderança, continua empenhado na chamada oposição de cumprimento de calendário, no debate político que não troca ideias, que não apresenta projectos, que não valoriza. Limita-se a apontar o dedo ao óbvio, ao básico, sem chama ou inspiração. Diria mesmo que estamos perante aquela que podemos chamar de oposição cartesiana: critico, logo existo. Estilo que, ou muito me engano, ou acabará por redundar num: não penso, logo não existo.
Era muito importante para o concelho, digo-o com sinceridade e estima, que o Partido Socialista se assumisse na área do centro-esquerda oliveirense como um partido catalizador e promotor de iniciativa e projecto, como, aliás, já o foi no passado. Que fosse verdadeira alternativa. Que provasse nas freguesias que hoje governa e que tem capacidade de construção e inovação.
Não chega ao PS seguir a agenda jornalística local. Isso é tarefa para um partido que não tem poder em nenhuma freguesia do concelho, nem assento na Assembleia Municipal. O PS tem obrigação de ter agenda e capacidade de iniciativa própria e levá-la ao Executivo Municipal, à Assembleia Municipal e a todos as Juntas de Freguesia do Concelho. Ao PS exigem-se novidades, não se toleram repetições, simples criticas e criticas simples.
Quanto à restante oposição só restam mais dois partidos: o António Lopes e o CDS.
Ao António Lopes é preciso reconhecer mérito e crédito. Sabe criar um facto político e é conhecedor do timing político. No pouco tempo que tem de política local já conseguiu, sem que se lhe conheça, pelo menos publicamente, uma simples ideia para o futuro do concelho, níveis de popularidade e reconhecimento concelhio invulgares e singulares. Contudo, tudo isso teve uma grande desvantagem para o colectivo partido de Cunhal, é que no nosso concelho o singular (António Lopes), engoliu o colectivo (Partido Comunista) e fê-lo desaparecer do mapa político local. Logo, ou Lopes é o candidato do PCP em 2009, ou os comunistas vão ficar muito desiludidos com o resultado.
Quanto ao CDS, só deixar umas simples palavras. O ano de 2008 é fundamental para o seu ressurgimento. Se acontecer e for bem feito, pode ajudar a ganhar ou a perder eleições em 2009.
Luís Lagos
Jurista