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Rui Coelho, de Seia, terminou os 35 quilómetros marcha dos mundiais de atletismo na 39ª posição

Numa prova marcada por um elevado número de desistências e desqualificações, o português Rui Coelho, um atleta de Seia, concluiu, hoje, na 39.ª posição a prova dos 35 quilómetros marcha dos Campeonatos do Mundo de Atletismo que decorrem no estado do Oregon (EUA). O marchador conseguiu a sua melhor marca da época (2h44m55s) e conquistou o título do 39º melhor do mundo actualmente na modalidade. Já o outro atleta nacional participante, João Vieira – quinto nos 50 kms dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 e vice-campeão mundial em Doha-2019 foi um daqueles que acabou por desistir.

A prova foi ganha pelo italiano Massimo Stano, em 2h23m14s, que bateu sobre a meta, e por um segundo, o japonês Masatora Kawano, enquanto o sueco Perseus Karlstrom, que chegou 30 segundos após o vencedor, arrecadou a medalha de bronze.

Rui Coelho gastou mais 21m41s do que Stano a concluir o percurso de uma prova marcada pelo inusitado número de desistências e desqualificações. Rui Coelho acabou mesmo por ser penúltimo na corrida: só 40 chegaram ao fim, com o alemão Carl Dohmann a ser o único a chegar ainda após o português, na 40.ª posição.

Rui Coelho explicou no final que passou alguns maus momentos durante a prova, tendo mesmo abdicado de alguns abastecimentos,  mas que a partir do quilómetro 30 se sentiu melhor. “Arrisquei para o único objetivo que me interessava, marca direta para o Campeonato da Europa. À passagem do quilómetro 20, comecei a contrair, provavelmente pelo ritmo imposto. Entretanto apareceram algumas mazelas e tive de falhar alguns abastecimentos para não prejudicar ainda mais o que já não estava a correr bem”, explicou ao CBS o atleta.

“À passagem do quilómetro 30 comecei a sentir-me novamente em condições e aumentei o ritmo. Apesar de tudo é óptimo considerar que fazer 2h44 não é muito bom quando ainda no ano passado tinha 2h47 de recorde pessoal”, frisou o atleta, que não deixou passar a oportunidade de apelar a que existam mais apoios para os atletas, recordando que ele próprio teve de abdicar de treinos devido ao trabalho (é militar da GNR).

“Gostava que este resultado alertasse quem de direito, porque apesar de ser o único atleta que tem de trabalhar, não sou o único que tem trabalho”, disse Rui Coelho. “Em 2011 um puto no Campeonato Nacional de 5 mil metros marcha terminou em 12° lugar, hoje, aquele puto que ninguém dava nada por ele, teve a mão de um SENHOR João Gomes que até podia acreditar pouco, mas também nunca desistiu”, sublinhou, acrescentando “que teve de abdicar de treinos porque o trabalho assim o exigia, que teve apoio dos mais próximos e nunca foi abaixo por isso”. “Esse puto, 11 anos depois, é 39° melhor do mundo”, rematou.

Já o seu treinador garante que vão continuar a lutar. “Concluída a primeira grande prova internacional do Rui Coelho. Estando nós inseridos num meio onde ninguém entende nada do que é tentar fazer alta competição, é muito bom teres terminado. Vamos continuar a nossa luta contra tudo e contra todos”, referiu o técnico do atleta de Seia, João Gomes.

 

 

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