Ainda que sem lugar a prémio monetário, a marcha da Sociedade de Defesa e Propaganda de Avô foi a grande vencedora das marchas populares que, pelo oitavo ano consecutivo, tiveram lugar na cidade de Oliveira do Hospital.
Com uma participação alusiva ao rio Alva, a marcha de Avô reuniu as preferências do júri – composto por jornalista, figurinista, formador, professora de música, representante da Câmara Municipal e uma coreografa/ atriz – e arrecadou os prémios de melhor marcha, melhor musicalidade, melhor coreografia e figurino. No total arrecadou 57 pontos.
Com uma pontuação bastante renhida, a marcha da Casa da Obra D. Josefina da Fonseca totalizou 56 pontos e conquistou os prémios de melhor cenografia e de melhor letra. Naquela que foi a segunda participação da instituição no evento concelhio, a Casa da Obra D. Josefina da Fonseca apresentou a “Marcha da Mocidade”, numa adequação à efeméride que este ano se assinala no concelho, o centenário do nascimento de Manuel Cid Teles.
Assistida por milhares de pessoas que acorreram ao parque do Mandanelho, a iniciativa contou com a participação de oito marchas. Para além das duas primeiras classificadas, o evento contou com a presença das marchas da Liga de Melhoramentos de Desporto e Cultura de Aldeia de Nogueira, Sociedade de Recreio e Cultura dos Povos de Galizes e Vendas de Galizes, Associação Cultural e Recreativa de Lagares da Beira, Rancho Folclórico e Cultural de Lagares da Beira, Associação Desportiva de Gramaços e Junta de Freguesia de Meruge em colaboração com a Associação para o Desenvolvimento Social e Cultural do Vale do Cobral.
“Todas as marchas brilharam e dignificariam o concelho se participassem nas marchas de Lisboa”
De acordo com a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, na organização do evento, realizado no último sábado e transmitido em tempo real em ecrã gigante, estiveram envolvidas “cerca de um milhar pessoas” e foi visível “um grande investimento por parte dos participantes”.
“Atingiu-se o topo máximo do evento”, referiu Graça Silva ao correiodabeiraserra.com, considerando que “todas as marchas brilharam e dignificariam o concelho se participassem nas marchas de Lisboa”.
Ainda que verifique que a dificuldade do júri se centrou na escolha entre as duas marchas primeiras classificadas, Graça Silva considera que todos os grupos participantes “se esmeraram e fizeram um excelente trabalho”.
Por este motivo e em face do crescente empenho dos participantes, sem que haja qualquer prémio monetário associado, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital deixou no ar a possibilidade de reforçar o apoio que a autarquia dá a cada uma das marchas e que, atualmente, se centra nos 1200 Euros para as marchas seniores e 300 Euros para as infantis.
Graça Silva não tem dúvidas de que as marchas populares já se enraizaram em Oliveira do Hospital e, este ano, foram um pontapé de saída para um mês de junho “cheio de animação” em vária zonas do concelho.
Marchas infantis: “Foi muito bom e divertido”
Para além dos marchantes seni ores, também os mais novos brilharam no evento que se realizou domingo. Sem lugar à atribuição de prémios, as marchas infantis voltaram a atrair uma multidão ao Mandanelho.
“Foi muito bom e sobretudo, divertido”, referiu a vereadora a este diário digital, lamentando a ausência da marcha do Agrupamento de Escolas de Lagares da Beira, devido ao luto pela morte recente de uma aluna.
A perda da jovem de 12 anos chegou a ser assinalada com um minuto de silêncio, na ocasião em que a referida marcha deveria atuar.
O evento infantil contou com a participação de cerca de meio milhar de crianças que integrou as marchas do Centro Paroquial de Solidariedade Social de Santa Ovaia, Centro Social e Paroquial de Seixo da Beira, Casa da Obra D. Josefina da Fonseca, Agrupamento de Escolas da Cordinha e Agrupamento de Escolas do Vale do Alva.
Fotos: Photus & Retratus