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Emagrecer ou Mudar de vida? Autor: Luís Marques

Zumba – dança ou treino? Autor: Luís Marques

Está na moda Zumbar!

É sem dúvida um fenómeno transversal, países, culturas, idades, nada é um entrave à onda do Zumba. Multidões coloridas movem-se de forma orientada, algo descoordenada e muito alegre, não feliz, alegre, porque felicidade é uma área bem mais abrangente. O Zumba é, como várias modalidades do fitness, uma moda que pegou e “arrancou” milhares de pessoas, na sua maioria mulheres, do sofá. O lema “Zumba para todos” seduziu e continua a seduzir uma larga massa de população que dança horas a fio com um sorriso de orelha a orelha, fazendo desta modalidade, não só um exemplo de vitalidade, através do exercício físico a si implícito, como um medicamento para as doenças do foro psicológico/psiquiátrico, devolvendo auto-estima e confiança a quem o pratica.

“Se fosse fácil era Zumba”

Esta polémica afirmação de um monitor de exercício físico de um famoso programa de televisão, em que abordava a facilidade do Zumba em relação aos princípios do treino, trouxe alguma discussão, e julgo que já é algo muito comentado no contexto “fitness/exercício físico/desporto”, no que diz respeito à efetividade do estímulo Zumba no corpo humano, enquanto sistema músculoesquelético.

Se por um lado o Zumba apresenta uma enorme variedade de exercícios nos 3 planos de movimento, algo próprio das modalidades de dança, por outro revela múltiplos exercícios de flexão/extensão e rotação das diversas articulações, denominados de poliarticulares, algo que pode e deve agravar os problemas que as pessoas sedentárias/iniciantes do Zumba apresentam. Ou seja, o trabalho excessivo no pilar do movimento locomoção, no qual são ainda próprios os saltos, trabalho caraterístico da pliometria, implica impacto constante nas várias articulações, com maior incidência no trem inferior, movimentos estes potenciadores das lesões específicas das articulações, caso das tendinites nas inserções musculares, desgastes das cartilagens, fraturas por stress, etc…

Face ao exposto, e percebendo que o Zumba é uma modalidade monitorizada por qualquer pessoa, uma modalidade de “xicos espertos”, em que a obrigatoriedade de formação superior em educação física e desporto não é fiscalizada, permitindo que o monitor não possua conhecimentos de anatomia, fisiologia, biomecânica e prescrição de treino, afirmo que o contexto é muito mais de dança do que de treino. Caso o executante seja uma pessoa “culta desportivamente”, depressa perceberá que tem de realizar outro tipo de exercícios, nomeadamente exercícios musculares, por forma a compensar os exageros dos impactos articulares, recorrendo a alguém qualificado para orientar essa vertente.

Conhecedor de vários profissionais qualificados, repito, qualificados, sei que o trabalho é bem feito, potenciando o acesso ao exercício físico seguro através da dança, alegria e cor, do Zumba, e que numa fase posterior irá criar comportamentos de dependência de realização de exercício físico, seja ele qual for.

Como em tudo na vida, o que é demais faz mal, o que é de menos também, se for em conta, peso e medida fará um bem terrível.

Bons treinos.

Emagrecer ou Mudar de vida? Autor: Luís MarquesAutor: Luís Marques

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