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Chuva inunda unidade turística de cinco estrelas das Caldas de S. Paulo e empresário responsabiliza Câmara de Oliveira do Hospital

Dois dias depois de receber os primeiros hóspedes, a chuva desta madrugada inundou de água e lama a zona da entrada, incluindo a recepção, do empreendimento de cinco estrelas Aqua Village, nas Caldas de S. Paulo. O responsável da empresa acusa agora a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital de, apesar dos avisos sistemáticos, não ter executado, em dois anos, os trabalhos da sua responsabilidade que teriam evitado este incidente. A autarquia, entretanto, reconhece atraso na obra, mas atribui igualmente algumas culpas ao responsável do empreendimento e apela “ao bom senso das duas partes”.  Pelo meio, uma jornalista americana assistiu a tudo e ficou, primeiro, satisfeita com as boas instalações e serviços prestados pela unidade, e, depois, incrédula com a inundação numa unidade de luxo, que implicou um investimento de cerca de 6,5 milhões de euros.

“A responsabilidade de intervenção na via pública é da autarquia. A situação não é nova. Há dois anos que andamos a pedir ao município essa intervenção, mas sem qualquer resposta”, explica o promotor Francisco Cruz, para quem a obra que deveria ser realizada há muito tempo, no valor de 15 mil euros, é simples de concretizar, uma vez que basta realizar o “encaminhamento de águas pluviais que vêm pela aldeia”. Para o empresário, no entanto, parece não existir grande vontade do município. “Quando há vontade as coisas funcionam. Quando não há vontade é o que se vê. São 15 mil euros, o Aqua Village já pagou ao município cerca de 30 mil euros só em taxas. Logo o saldo é francamente positivo”, acusa, em declarações ao CBS, Francisco Cruz que se tiver de encerrar o empreendimento para assegurar a integridade dos clientes, isso aconteça terá custos diários de 6,5 mil euros que pretende imputar ao município. De resto, já avisou o autarca.

Agora, para colmatar este contratempo, e face àquilo que classifica de inércia da autarquia, o empresário chamou a si parte da resolução de parte do problema. Já descarregou um camião de tout-venant que está a ser colocado na faixa do seu terreno (entre os 4,5 e 6 metros) que deixou entre o empreendimento e a via pública. “E amanhã vou calcetar. Como a Câmara não faz, faço eu. Vou chamar novamente à empresa a titularidade daquela faixa de terreno”, refere o empresário.

No empreendimento de luxo, apontado como uma referência, encontravam-se ocupados quatro apartamentos e entre os hospedes estava uma jornalista representante de um jornal americano de grande tiragem a realizar um trabalho sobre o empreendimento. Francisco Cruz nem quer acreditar em todo este azar. “Depois de ter ficado maravilhada com as instalações e com os serviços prestados, hoje de manhã, quando se preparava para tomar o pequeno-almoço comigo, encontrou-me de pá na mão a limpar. Tive de lhe explicar as causas que se devem à falta de uma obra que deveria ser executada pela autarquia”, frisa.

José Carlos Alexandrino reconhece atraso nas obras

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital reconheceu em declarações à Rádio Boa Nova que existe na realidade um atraso na obra, assegurando que a mesma já está adjudicada por 15 mil euros. E diz estar a fazer tudo para viabilizar o projecto que considera de interesse municipal”. Mas culpa também o promotor pelo que aconteceu. “A Câmara está aqui para encontrar soluções. Mas foi sempre isso que fizemos. Mas há pessoas que querem sempre colocar pedras e depois acham que a culpa é sempre dos outros”, diz. O autarca aponta aquilo que, para ele, é uma evidência da responsabilidade do empresário: antes as águas seguiam por aqueles terrenos e que foi o promotor que “fechou os aquedutos” ali existentes e os “omitiu do projecto”, o que considera uma evidencia. “Isso causa alguns problemas”, rematou. Também aqui, Francisco Cruz desafia José Carlos Alexandrino a mostrar as autorizações concedidas por ele ou pelos seus antecessores para descarga de manilhas para dentro da propriedade ou quais os projectos que incluem esse item. “Seria interessante. É uma questão de ignorância”, remata.

José Carlos Alexandrino frisa ainda que sobre os restantes trabalhos de pavimento é preciso serem ultrapassadas questões ligadas com a titularidade dos terrenos que delimitam o empreendimento. “Se alguns terrenos são do promotor e o promotor até nos pergunta quanto é que nós oferecemos por cada o metro quadrado? O dinheiro público é para melhorar…” referiu, notando que para resolução destas questões “é preciso bom senso das duas partes”. “Não tenho dores de consciência”, concluiu José Carlos Alexandrino à Rádio Boa Nova, enquanto a título de resposta Francisco Cruz refere simplesmente que os terrenos são da empresa e como tal têm de ser adquiridos.

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