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Desemprego pode fazer disparar número de crianças e jovens em risco no concelho

Apesar de o número ser cerca de metade do registado no relatório de actividades de 2009 – dava conta de um total de 83 casos acompanhados – a realidade actual não é sinónimo de melhorias, já que de acordo com a avaliação feita pela técnica de acção social ao serviço na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Carla Camacho, há uma tendência de aumento do número de casos acompanhados pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Oliveira do Hospital.

Os números foram desvendados na sessão realizada na passada sexta-feira e que sentou à mesma mesa, a presidente da CPCJ, Luísa Vales, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, e a técnica da Segurança Social, Regina Ferrão.

Orientado pelo mote “pelo direito a viver em família”, o encontro alertou para os malefícios que o desemprego provoca no seio das famílias. Foi o próprio presidente da Câmara Municipal, o primeiro a apontar o dedo à dura realidade que “afecta as condições dos filhos que estão em casa”.

“O concelho de Oliveira do Hospital atravessa uma fase difícil na sua vida e na sua própria história”, verificou José Carlos Alexandrino, sublinhando que Oliveira do Hospital se depara com “um desemprego muito acima da média nacional” e “não tem alternativas de emprego”.

“Mais importante do que fazer obras… é combater a pobreza e ajudar as pessoas”

Estabelecendo uma relação directa entre os elevados índices de desemprego e o cenário de crescimento do número de casos acompanhados pela CPCJ, o autarca deu conta da disponibilidade do município para “alterar a tendência deste concelho”.

“Mais importante do que fazer obras, caminhos, a central de camionagem e a ESTGOH é combater a pobreza e ajudar as pessoas”, afirmou Alexandrino, considerando que “a política só deve servir para ajudar as pessoas”.

“As nossas verbas devem ser canalizadas para as famílias”, continuou o autarca que considerou “um drama” os números relativos aos pedidos de emprego que, diariamente, chegam à Câmara Municipal. “Isto é uma angústia”, frisou.

Sem se conseguir separar do papel de professor e presidente do Conselho Executivo que exerceu no Agrupamento de Escolas da Cordinha, José Carlos Alexandrino deixou o testemunho de quem viveu de perto situações em que crianças e jovens passaram por períodos de risco. “Ainda um dia hei-de escrever um livro destas minhas recordações da Escola da Cordinha”, sublinhou visivelmente emocionado pelas histórias que fez questão de partilhar.

Neste domínio, sublinhou a importância das escolas na sinalização de crianças e jovens em risco, junto da CPCJ. “Os professores são os primeiros a detectar estas situações”, verificou, sendo apoiado pela presidente da CPCJ que confirmou que as escolas são as entidades que mais sinalizam situações de perigo. No campo da sinalização, Luísa Vales alertou para o facto de “toda a comunidade ser responsável por sinalizar situações de risco”.

Para além do desemprego, a presidente da CPCJ alertou também para os episódios de alcoolismo familiar que “potenciam a violência conjugal doméstica” e dão origem a situações de crianças e jovens em risco.

“Equipamento em Travanca de Lagos não cumpre as exigências da Segurança Social”

Apesar de se vislumbrar uma tendência de crescimento dos casos acompanhados pela CPCJ, a verdade é que o espaço requalificado no concelho, para acolher pessoas em situação de risco, continua encerrado.

“Neste momento, existe o equipamento em Travanca de Lagos, mas não cumpre as exigências da Segurança Social”, afirmou o vice-presidente da Câmara Municipal quando questionado sobre a possibilidade de o concelho poder dispor de um Centro de Acolhimento Temporário (CAT).

Deixando a garantia de que “nunca nenhuma família em Oliveira do Hospital, em situação de risco, ficará sem acolhimento”, José Francisco Rolo anunciou a apresentação, para daqui a um mês, da Plataforma de Atendimento e Encaminhamento Social, enquanto projecto piloto que resulta do esforço entre a Segurança Social, o município, IPSS e projectos no terreno.

“Não pode haver desprotecção social”, frisou o vice-presidente, verificando que o município tem “uma média de cinco pedidos por semana para apoio a famílias”.

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