Mais de 95 por cento dos professores do mega agrupamento de escolas de Oliveira do Hospital aderiram à greve aos exames marcada para hoje. Metade dos alunos inscritos não puderam realizar as provas de Português e Latim.
“Foram convocados os mais de 300 professores do 1º,2º e 3º ciclos, mas só 17 se encontram ao serviço”, informou há instantes o diretor da Escola Secundária de Oliveira do Hospital e presidente da Comissão Administrativa Provisória do mega agrupamento oliveirense, considerando tratar-se da “maior grave” já verificada naquele estabelecimento de ensino.
Uma paralisação que ganha maior impacto pelo facto de acontecer em dia de realização de exames nacionais e que, hoje, impossibilitou a realização das provas de Portugês e Latim a cerca de metade dos alunos inscritos. “ Tínhamos 175 alunos inscritos e 87 não realizaram prova”, referiu Albano Dinis ao correiodabeiraserra.com, contando que das 12 salas destinadas à realização de exames, apenas seis estão a ser utilizadas para aquele fim.
Para além dos 87 alunos afetados pela greve na Secundária oliveirense, também os dois alunos inscritos para a prova de Português Língua Não Materna se viram impedidos de realizar a prova no Agrupamento de Escola da Cordinha.
Pese embora o impacto da greve em dia de exame, Albano Dinis disse respeitar e compreender a motivação dos docentes, a maioria dos quais marcou presença na escola, mas aderiu à greve não assegurando a necessária vigilância das provas. “Não é feita greve aos exames deliberadamente, o momento é que é de realização de exames”, comentou o também docente que, sem deixar de lamentar o transtorno que a greve causa aos alunos afetados, regista a “solidariedade” que esta manhã foi manifestada por grande parte dos alunos que se colocaram ao lado dos professores nesta luta. Por esta altura o que mais preocupa os alunos e os pais é a nova data para a realização das provas.
Esta foi a primeira vez que todos os professores do 1º, 2º e 3º ciclos do concelho de Oliveira do Hospital foram convocados para a vigilância de exames nacionais. Uma medida verificada a nível nacional e que nem assim ajudou a minimizar os impactos da greve, levando a que no concelho metade dos alunos não realizasse exame. À porta da Secundária oliveirense falava-se esta manhã de “falta de igualdade de oportunidades” e chegava-se a questionar a legalidade do processo de vigilância já que um exame de português, estaria a ser vigiado por dois docentes daquela disciplina.
Com a realização desta greve que sucede à realização de uma manifestação que juntou 50 mil professores em Lisboa, os docentes contestam o regime de requalificação profissional e a mobilidade geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais. Os sindicatos temem o despedimento de professores do quadro e a dispensa de contratados, em larga escala.