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José Carlos Alexandrino condiciona recandidatura à Câmara às opções do Governo sobre IC6 e EN17, ministro não se compromete

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital parece não desistir da sua luta pela requalificação da EN 17 e da construção do IC6. José Carlos Alexandrino, que foi eleito para a liderança do município pelas listas do PS e que já afirmou que se avançar para um novo mandato só será pelas listas socialistas, aproveitou ontem a visita do ministro-adjunto do primeiro-ministro, Eduardo Cabrita, que participou nas cerimónias das comemorações do feriado municipal, para deixar um aviso de que a sua eventual recandidatura está “muito condicionada” pelos sinais que o actual Governo venha a dar sobre a conclusão daquele itinerário principal até Oliveira do Hospital e de avançar ou não de imediato com a requalificação da conhecida Estrada da Beira. Eduardo Cabrita, porém, não se comprometeu, nem sequer explicou a razão da não execução do concurso lançado a 17 de Agosto pelo Governo PSD/CDS para  dar uma cara nova à EN17.

“Já passou muito tempo e até agora a obra não foi realizada. Não estamos a falar de uma obra de muitos milhões, mas de apenas dois milhões de euros. Há aqui qualquer coisa errada e eu não posso pactuar com isso”, começou por referir José Carlos Alexandrino, para quem o tempo do poder central se escudar em desculpas já passou. O autarca foi depois mais longe e procurou colocar alguma pressão no executivo liderado por António Costa. “Em relação à possibilidade de me recandidatar ou não depende muito da posição deste Governo em relação a estas obras estruturantes. Isso poderá ser uma das condições que poderá viabilizar ou não a minha candidatura. Está muito nas mãos do ministro do Planeamento e das Infraestruturas deste Governo”, frisou Alexandrino, para quem até às eleições não é possível fazer o IC6, mas é perfeitamente possível requalificar a EN 17. “Mas é importante que o Governo dê sinais claros que vai concretizar a obra [IC6]”, enfatizou.

José Carlos Alexandrino mostrou alguma compreensão com os “constrangimentos orçamentais” do Governo, mas também disse que vê ir muito dinheiro para outras zonas mais ricas do país, o que considera incompreensível. “Não entendo esses critérios. É contra isso que luto e estou muito determinado em levar esta luta até ao final”, referiu, exigindo ao Governo que, pelo menos, explique a razão da requalificação da EN17 não estar em execução. Lembrou ainda a Eduardo Cabrita que o outro lado da Serra da Estrela tem uma auto-estrada, enquanto a zona da Beira Serra tem “uma estrada do tempo da monarquia”. “Temos todo o direito de reivindicar a conclusão do IC6, já nem digo até à A25, o que seria importantíssimo para a industria exportadora, mas pelo menos até à nossa zona industrial”, disse recordando que era esse o compromisso que tinha com o anterior responsável das Infra-estruturas de Portugal, António Ramalho, que já não se encontra no cargo.

O ministro-adjunto não se comprometeu. Não deu sequer qualquer justificação para o atraso na requalificação da EN17.   Eduardo Cabrita limitou-se a lembrar que o actual Governo herdou um acordoMinistro cabrita que não permite financiar estradas com fundos comunitários, alegando que o documento coloca esse investimento como uma prioridade negativa. Procurou, porém, deixar alguma esperança. Estamos a tentar identificar aquilo que são situações pontualíssimas em que seja possível associar a conclusão de ligações a pólos industriais. Oliveira do Hospital poderá reunir essas características”, disse, adiantando que o fundamental é trabalhar na reprogramação dos fundos quer na definição de prioridades para o próximo quadro de apoio.

O governante, classificado por José Carlos Alexandrino como um dos homens que mais se bate pela descentralização, optou depois por enumerar algumas medidas tomadas pelo actual executivo que pretendem beneficiar o interior do país. Lembrou que foi recentemente aprovado numa reunião de ministros em Coimbra um regime especial para atrair médicos para onde fazem mais falta. “É uma medida que tem uma dimensão significativa”, frisou, lembrando depois que também está na Assembleia da República uma medida que visa recolocar a justiça junto das populações, como é o caso do direito criminal, família e menores, o que permitirá restituir atribuições ao tribunal de Oliveira do Hospital. E a finalizar deixou uma promessa aos empresários. “O próximo Orçamento de Estado terá novidades de mecanismos de diferenciação positiva para as empresas que exercem a sua actividade no interior”, rematou sem revelar mais pormenores.

As palavras de José Carlos Alexandrino de condicionar a sua candidatura à requalificação da EN 17 e ao compromisso de construção do IC6 não merecem grande crédito por parte da oposição que vê nestas palavras apenas mais uma forma do autarca dizer “palavras simpáticas aos oliveirenses em tempo de eleições”. “Não passa de mais um conto de fadas e de uma ilusão que procura criar nos munícipes. Isso já era uma das prioridades dele em 2009 na sua primeira candidatura, chegando a ameaçar demitir-se se o IC6 não fosse concluído não fosse construída. A verdade é que aquela via continua a terminar no meio de um pinhal e ele permanece como presidente”, referiu um elemento da concelhia social-democrata, lembrando o discurso de líder do PSD de Oliveira do Hospital na festa das Caldas, no qual João Brito afirmou que se cumprisse o que tinha prometido José Carlos Alexandrino há muito que não era presidente. “O que ele diz vale o que vale. Vale muito pouco”, rematou a mesma fonte.

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