Home - Economia - Luís Lagos acusa CM de Oliveira do Hospital de cometer “erro histórico” na política do queijo e assume que os industriais têm de comprar leite em Espanha porque não existe na região

Luís Lagos acusa CM de Oliveira do Hospital de cometer “erro histórico” na política do queijo e assume que os industriais têm de comprar leite em Espanha porque não existe na região

O eleito do CDS/PP na Assembleia Municipal (AM) mostrou-se muito critico em relação à actuação da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital na política relacionada com o queijo. Luís Lagos acusou ainda os principais responsáveis por esta área de não se darem conta que não existe leite na região para alimentar as indústrias e que esse é um problema político que têm de resolver. O centrista assumiu mesmo que é obrigado a comprar leite no país vizinho porque na região não existe. “Sabem porque é que compro leite espanhol? Porque não o cá. Compro eu e as outras indústrias. E é um erro histórico a CM Oliveira do Hospital, ao contrário de outras, onde eu estou instalado [Seia] andar a promover um queijo contra outro queijo. É um erro”, disse, sublinhando que deve existir uma distinção clara entre o queijo DOP e o restante. Lagos respondia assim a um eleito socialista que exigia um pedido de desculpas pelas críticas que o agora presidente da Distrital do CDS/PP fez na sua página pessoal do Facebook sobre a Festa do Queijo de Oliveira do Hospital.

Reforçando que não pedia desculpas a ninguém e que o tema do queijo foi um daqueles que nunca quis abordar politicamente naquele espaço por ser empresário do sector e que nunca disse mal da Festa do Queijo, o centrista aproveitou, no entanto, o desafio para reforçar as criticas em relação ao evento oliveirense. “Chego à feira do queijo e vejo lá pessoas a vender queijo que não têm ligação nenhuma ao produto. São os filósofos do queijo. São só doutores do queijo. E vejo determinadas pessoas ligadas a instituições que devem promover a Ovinocultura na região que surgem na altura da Festa para aparecerem nas selfies e nos jornais. São os primeiros a debitarem o queijo é isto, o queijo é aquilo. Mas no dia a adia que é preciso desenvolver o negócio é bola, zero, não fazem nada”, acusou, salientando que existe aqui um problema político para resolver.

“Dizem que o queijo da serra é o mais conhecido do mundo. É uma treta”

“O primeiro interessado em comprar leite nesta região sou eu. Não quero fazer 600 quilómetros para o arranjar. É um problema político que tem de ser resolvido: não se produz leite na nossa região. As instituições que deviam apoiar essa produção não têm feito nada. Dizem que o queijo da serra é o mais conhecido do mundo. É uma treta. Tenho viajado e ninguém o conhece. O queijo serra da Estrela só é conhecido apenas em Portugal”, sublinhou, frisando que se deve distinguir o queijo DOP do outro. “É claro que sim, mas o problema não é esse”, destacou.

“Vocês podem, e estou a referir-me a muita gente e muitos com responsabilidades políticas, querer fazer do queijo um romance, o queijo puro, o queijo de ovelha bordaleira. O problema é que por trás do queijo estão negócios, atrás dos negócios estão pessoas e das pessoas a economia. É pena esquecerem-se disso para aparecer numa fotografia de jornal. E as pessoas que vejo aparecer a fazer o aproveitamento do queijo, são aquelas que no seu dia a adia menos defendem o queijo”, continuou, destacando que ninguém defende a indústria. “Um executivo que quer incrementar a actividade económica e quer criar mais riqueza no seu espaço geográfico tem de apoiar as empresas e os empresários e isso não se faz oferendo prémios e cerimónias. Faz-se com programas concretos, reais direccionados. Se há ponto onde acho que se falhou no foi no queijo”, rematou, classificando ainda a a execução das contas da autarquia oliveirense “é miserável”.

Contas com saldo positivo de 666 mil euros

“Olhamos para as contas e o primeiro pormenor que ressalta é que existe menos receita e menos despesa. Isso quer dizer alguma coisa. Não é uma realidade de agora. Quem tem responsabilidade política tem de fazer algo para inverter isso. E a melhor forma que exista mais receita para fins públicos não é aumentando impostos. É preciso ajudar os nossos agentes económicos para criar riqueza e sobrar um bocadinho mais para os cofres públicos. A capacidade de execução destas contas é miserável. Um executivo para incrementar a actividade económica e criar mais riqueza no seu espaço geográfico tem de apoiar as empresas e os empresários e isso não se faz oferecendo prémios, fazendo cerimónias. Faz-se com programas concretos, reais direccionados. E se há ponto onde acho que se falhou no foi no queijo”.

As contas também mereceram reparos do eleito Rafael Costa que apontou alguns sectores onde a taxa de execução deixa muito a desejar, entre eles o apoio às empresas também deixa muito a desejar. “Em termos de saúde, na acção social, na defesa do meio ambiente e tecnologias de informação as taxas de execução são residuais, muito baixas, em alguns casos inferiores a 30 por cento”, referiu o social-democrata. “Nas rubricas de ATL, centros de dia e lares de terceira idade e outras investiduras de acção social continuam com taxas de execução de zero por cento”, rematou.

O Município de Oliveira do Hospital, recorde-se, fechou ano de 2016 com saldo positivo de 666 mil Euros, resultado de uma receita de cerca de 15 milhões e 458 mil Euros e uma despesa total de 13 milhões e 465 mil Euros e o relatório de contas foi aprovado, com a abstenção dos eleitos do PSD e do CDS/PP.

O líder do município oliveirense destacou que o “saldo positivo” resulta de uma receita e despesa de 2016 e que é reflexo do “princípio da sustentabilidade de não se gastar mais do que se tem”. José Carlos Alexandrino vincou ainda que o último ano ficou marcado pela redução nas transferências de capital, decorrentes do fecho do quadro comunitário e do corte de transferências por parte do governo PSD e salientou uma redução na receita de IMI na ordem dos 200 mil Euros devido a isenções no pagamento daquele imposto. A dívida em termos brutos, Alexandrino nota que a mesma é de 2,9 milhões de Euros.

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