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Movimento pede remoção de estrutura instalada no Açude da Ribeira, em Oliveira do Hospital

Presidente da AM de Oliveira do Hospital fez uma longa intervenção contra críticos do passadiço no rio Seia

O representante do Movimento Cívico “Vamos Salvar o Açude da Ribeira” José Carlos Gonçalves Marques afirmou na última Assembleia Municipal que a estrutura construída naquele local do rio Seia “atenta contra aquela belíssima paisagem”. O munícipe, que falava no espaço reservado ao público, salientou a existência de uma Petição Pública onde se apela a que “aquela estrutura seja retirada e que toda a zona envolvente do Açude da Ribeira seja recuperada e requalificada”.

“Recuperar e requalificar não pode nunca atentar contra o objecto a ser restaurado!… Foi, do meu ponto vista e do Movimento Cívico ‘Vamos Salvar o Açude da Ribeira´ cometido um atentado paisagístico grave, com a edificação da estrutura que fizeram nascer sobre a envolvente do Açude da Ribeira”, acusou José Carlos Gonçalves Marques, referindo que a obra não lhes produziu curiosidade. “Gerou-nos, e gera, estupefacção, pasmo, assombro, no sentido negativo da palavra, porque aquela estrutura nunca deveria ter sido pedida para aquele local. Mandar edificar uma estrutura de visitação e fruição do espaço que atenta contra o próprio espaço é no mínimo estranho”, referiu.

José Carlos Gonçalves Marques considerou ainda estranho que o Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e todos os organismos públicos consultados tenham aprovado o projecto,” quando as condicionantes, para que aquela obra fosse ali construída, não podiam ser cumpridas”. “Não deveriam ter olhado para o Açude e destruir, com uma plataforma pesadíssima, assente em monstruosos pilares de betão implantados dentro do leito do rio e seus lajeamentos laterais, toda a sua envolvente. Como o ambientalista Francisco Ferreira afirmou, não houve sensibilidade”, insistiu.

O representante do movimento ‘Vamos Salvar o Açude da Ribeira´ fez ainda questão de dizer a José Carlos Alexandrino que os críticos não procuram fama. “São cidadãos atentos ao que os autarcas e deputados, por nós eleitos, vão realizando e, por isso mesmo, deixamos para eles o palco e a fama. Os cidadãos que criticaram e continuarão a criticar o ‘Monstro da Ribeira’, a única coisa que querem é não ver o município de Oliveira do Hospital gastar 500 mil euros com uma obra que atenta com o local da sua implantação. O que esses cidadãos querem é ver todos os políticos (independentemente da sua cor) empenhados em resolver as questões relacionadas com a poluição do rio Seia. Não queremos fama, não precisamos de palco nem somos iluminados. Temos uma sensibilidade diferente da vossa, isso parece-nos óbvio”, disse, rematando com um apelo: “Que esta Assembleia tenha a coragem de mandar retirar aquela estrutura”.

O presidente da CM de Oliveira do Hospital defendeu o projecto e considerou que agora existe naquele espaço uma estrutura de “visitação e fruição”. “Foi sempre um processo público e o projecto foi realizado por uma arquitecta reconhecida Marta Falcão. E foi sucessivamente fiscalizado. Foi aprovado na reunião de Câmara e elogiado e foi sujeito a pareceres da Agência portuguesa do ambiente e do ICNF. Mereceu a aprovação e foi escrutinado na CCDR”, referiu o autarca, adiantado que nunca houve tantas visitas àquela zona do rio Seia. “E o espaço ainda nem seque foi inaugurado”, frisou, salientando que o que respeita à poluição foi dada nota à GNR e não foi detectado qualquer elemento poluidor. “Mas pedimos uma atenção redobrada”, concluiu.

A seguir, de forma inopinada, o presidente da Assembleia Municipal José Carlos Alexandrino assumiu as funções de Presidente de Câmara e atacou o Movimento Cívico ‘Vamos Salvar o Açude da Ribeira´, referido que alguns daqueles que acompanham José Carlos Gonçalves Marques o fazem apenas “para aparecerem nas televisões”. “E deixe-me dizer-lhe que disse aqui uma série de asneiras que vou desmontar”, referiu esquecendo logo a seguir de desmontar as alegadas “asneiras” proferidas pelo porta-voz do movimento.

José Carlos Alexandrino optou por levantar a voz. Quase aos berros lá foi dizendo que naquela obra, ao contrário do que muitos afirmavam, “não foi gasto um tostão nosso”. “Dizem que estão lá a gastar dinheiro dos nossos impostos. Mentira. Demagogia. Sabe de onde vieram aqueles 500 mil euros? Não são do orçamento Nacional ou Municipal. Aquele dinheiro foi conseguido em Bruxelas”, gritou, esquecendo-se que a obra não foi financiada na totalidade (foi de 85 por cento), cabendo pelo menos 66 mil à autarquia, além de que Portugal é contribuinte para os fundos europeus.

Foi, de resto, isso que lhe lembrou o presidente da Junta de Freguesia de São Gião. “O senhor presidente devia saber que Portugal também paga para a União Europeia. Aliás, neste momento, Portugal já é contribuinte líquido”, sublinhou Rafael Dias. José Carlos Alexandrino não ouviu, porque depois da sua exaltada e prologada intervenção abandonou momentaneamente o lugar na mesa.

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