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Oliveira do Hospital assiste a aumento de casos de carência alimentar

 

Apesar de afetados pela crise que assola o país, os oliveirenses não deixam de se mostrar sensíveis para com os problemas de carência alimentar que, a nível concelhio, atingem mais de seis dezenas de famílias.

A prová-lo está a resposta positiva dada pela população ao desafio lançado pelo pelouro da ação social da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e que, ontem à noite, consistiu na entrega de um quilo ou litro de géneros alimentares, sobretudo os mais vocacionados para as crianças, como cereais, leite, bolachas e papas.

“Os bens prioritários chegaram até nós e vão integrar o património do Banco de Recursos Sociais para, posteriormente, serem entregues discretamente às famílias”, afirmou o vice-presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e também responsável pelo pelouro da Ação Social, que deu conta de um aumento do número de casos de carência alimentar que já ultrapassa as seis dezenas de agregados familiares.

A extinção de prestações sociais, como o Rendimento Social de Inserção (RSI), sobreendividamento das famílias, salários em atraso e desemprego são, no entender do responsável, as causas maiores do flâgelo social que afeta o concellho e onde começa a proliferar a tão falada “pobreza envergonhada”.

“As pessoas recorrem com pouco à vontade à Câmara Municipal”, contou José Francisco Rolo que, perante os cortes verificados ao nível do RSI, considera estar em face de um fenómeno de deslocalização das pessoas do serviço local da Segurança Social para o gabinete de Ação Social e Saúde da Câmara Municipal.

A par do aumento de casos de carência, José Francisco Rolo também deteta a melhoria do trabalho de proximidade que tem vindo a ser desenvolvido pelos parceiros que integram a rede social concelhia, com destaque para as assistentes sociais que através das IPSS têm um conhecimento mais precoce e aprofundado da realidade de cada freguesia. O mesmo acontece com os presidentes de Junta de Freguesia que, facilmente, se apercebem da proliferação dos casos de carência.

O banco alimentar é apenas um dos instrumentos ao serviço das famílias necessitadas. “Aumentaram as capacidades de resposta”, assegurou José Francisco Rolo que se referiu, em concreto, ao trabalho desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia de Galizes, enquanto entidade beneficiária e distribuidora de bens alimentares recolhidos através do Banco Alimentar. Ainda este mês, assegurou o vice-presidente, o concelho vai também passar a beneficiar da distribuição de bens do programa comunitário de ajuda a carenciados, disponibilizado pela União Europeia aos estados membros e destinado a fazer face a situações de pobreza e exclusão social.

As respostas da autarquia não se esgotam, contudo, no banco alimentar. A par deste, e recorrendo sempre ao auxílio e generosidade dos oliveirenses, o pelouro da Ação Social conta ainda com o banco de recursos sociais e loja social, direcionados para ajudar as famílias com vestuário, agasalhos, calçado, artigos de puericultura e outros géneros, respeitando sempre a prioridade dos casos.

A prestar apoio a mais de duas centenas de agregados familiares concelhios, a loja social é vista como um suporte familiar que acaba por desviar as famílias da contração de novos créditos, impedindo assim o aumento do sobreendividamento.

A funcionar há cerca de um ano, o Banco de Recursos Sociais foi ontem alvo de uma ação de divulgação que envolveu seis dezenas de utentes de 11 instituições concelhias.

Tratou-se da Gala Social que, no âmbito da VI Expo Social, atraiu centenas de pessoas ao Parque do Mandanelho, onde idosos e crianças desfilaram artigos de vestuário, calçado e acessórios que foram oferecidos ao Banco de Recursos Sociais e que se destinam às famílias carenciadas.

Programa de Conforto Habitacional para Idosos chega a Oliveira do Hospital

A par do aumento de episódios de carência alimentar, no gabinete de ação social e saúde da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital proliferam igualmente os pedidos de ajuda para recuperação de habitações e até de alojamento nos bairros sociais da autarquia. De acordo com José Francisco Rolo, a autarquia tem tido “uma política de ajuda tendo em conta a prioridade dos casos”.

O vice-presidente da CMOH revelou, contudo que, o concelho vai passar a contar com o Programa de Conforto Habitacional para Idosos, na sequência de uma candidatura que a autarquia apresentou junto do Instituto da Segurança Social.

“Vamos ter possibilidade de intervir em 15 habitações”, adiantou o vereador, contando que o programa se destina a pessoas com mais de 65 anos e visa essencialmente dignificar as condições físicas das habitações dos idosos, com o objetivo de retardar a sua institucionalização na valência de lar.

A qualificação habitacional traduzir-se-á em intervenções a realizar ao nível do edificado e ao nível do equipamento que, em função da situação da pessoa idosa, se torne indispensável à sua mobilidade e conforto.

Com a duração de 12 meses, o programa destina-se a idosos que vivam em casa própria, ou há pelo menos 15 anos numa casa que não tenha registo de propriedade e onde não paguem renda, que precise de melhorias ou equipamento para melhorar o seu conforto, sendo priorizadas as situações de menor rendimento mensal.

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