A feira do Queijo Serra da Estrela regressou hoje a Celorico da Beira. É a 43ª edição deste evento que se prolonga até domingo no concelho que é considerado por muitos como a Capital do Queijo Serra da Estrela. No discurso de abertura o presidente da Câmara Municipal, que tinha ao seu lado a secretária de Estado de Valorização do Interior, Isabel Ferreira, defendeu uma discriminação positiva para os territórios de baixa e elogiou os pastores e queijeiras, salientando o agravamento que estas mulheres e homens têm sentido nos últimos tempos com a seca que está a assolar o país. E anunciou ajuda para os produtores superarem esta crise.
“Acabámos de regulamentar um subsídio de aproximadamente 60 mil euros que vai ser endereçado para o apoio à produção, da mesma forma que contamos com o a ajuda do poder central. É nesta articulação entre o poder autárquico e poder central que se podem resolver os problemas”, disse, explicando que tem conversado com as instituições que representam os produtores de queijo. “Temos conversado com instituições como a ESTRELACOOP e a ANCOSE e manifestado a nossa disponibilidade para uma ajuda suplementar na aquisição de forragens”, disse.
Carlos Ascensão dirigiu-se, depois, directamente a Isabel Ferreira manifestando-lhe a necessidade de colaborarem para ajudar o Interior. Relembrou que é premente uma discriminação positiva para estes territórios. “Se não nos derem mais a nós do que aquilo que dão aos grandes centros urbanos, ao litoral e às grandes metrópoles nunca superaremos estas assimetrias. Só um tratamento desigual a favor de quem tem menos é que poderemos criar um país mais justo”, sentenciou.
O autarca disse esperar que, após a pandemia, este regresso seja um retorno à normalidade e elogiou os pastores e queijeiras. “As primeiras palavras têm de ser para estes resistentes, homens e mulheres que sofrem na pele as agruras da vida, as dificuldades destas terras”, disse. “Esta gente é portadora da identidade destas terras, da nossa tradição, da nossa cultura, daquilo que são as nossas práticas ancestrais”, contou, sublinhando que “são eles que fazem a ligação entre o que foi o trabalho dos nossos avós, dos nossos pais e dos mais novos. “Com menos trabalho e com outras formas de produção. Temos de ter em conta que as tecnologias, o progresso, também trarão melhorias e ajudarão a amenizar as dificuldades destes trabalhos e aumentar as mais valias financeiras que também são algo que deve estar presente em tão árduas tarefas”, concluiu.