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Parece estar ultrapassada mais uma crise diretiva da Cooperativa Rádio Boa Nova. Depois de a Alvamédia ter decidido pôr termo ao contrato de exploração comercial da estação e de o presidente da direção da Cooperativa, Fernando Esculcas, ter apresentado demissão, a rádio que desde há 25 anos emite ininterruptamente, em 100.2 FM, desde Oliveira do Hospital, tem a sua continuidade assegurada.
Justificando a cessação da atividade com o argumento de que a exploração comercial não trazia “vantagens” nem “qualquer mais valia” para a Rádio Boa Nova, os elementos que compunham aquele projeto empresarial e, eram ao mesmo tempo cooperantes da estação, apresentaram-se na última Assembleia geral a eleições, em lista única.
Albino José Rodrigues, conhecido rosto da Rádio Boa Nova reassume, assim, a direção da Cooperativa Rádio Boa Nova e continua a ser responsável pela direção de programas e informação da rádio. “A empresa não tinha interesse em continuar a existir”, referiu Albino José Rodrigues ao correiodabeiraserra.com, explicando que o trabalho que, no último ano, foi feito pela mão da Alvamédia, continua agora a ser assegurado pela Rádio Boa Nova.
Segundo contou o responsável, o ato eleitoral realizado no último sábado só aconteceu na sequência do pedido de demissão do então presidente da direção da cooperativa, porque – como assegura – a extinção da Alvamédia nunca pôs em causa a continuidade da rádio. “Sempre dissemos que nunca viraríamos as costas à radio. Estamos cá e só não fazemos se não pudermos”, afirma, contando que na direção da cooperativa continua a ser acompanhado por Rui Rosa (tesoureiro), Vítor Silva (secretário) e Vítor Neves (vogal). No lugar logo a seguir ao seu, Albino José Rodrigues conta com o padre António Borges como vice-presidente.
De novo ao leme do projeto a que vai estar para sempre associado, Albino José dá como certa a vontade de “revitalizar” a Rádio Boa Nova e garantir a sua “sustentabilidade”. Para o efeito, a aposta – como contou – vai continuar a assentar numa lógica de “parcerias e colaborações”, sempre com o objetivo de levar mais longe o nome da rádio.
“No próximo verão queremos andar mais pelas freguesias”, contou, desvendando até a intenção de a missa dominical passar a ser transmitida a partir de várias localidades do concelho, com o objetivo de aproximar a rádio das pessoas.
A contar com os serviços de uma única funcionária – Ângela Cunha é responsável pelas manhãs, informação e pelo programa de discos pedidos anteriormente a cargo de Ana Teresa – a Rádio Boa Nova vai a partir de 1 de março passar a contar com duas conhecidas vozes que, há pouco tempo, bateram com a porta à Rádio Clube de Arganil e, agora, “manifestaram vontade em colaborar com a Rádio Boa Nova”. José Conde e Natália Novais passarão a ser as vozes que vão preencher as tardes da radio oliveirense, primando pelo contacto com os ouvintes, atingindo uma “faixa etária mais elevada” e que até aqui não era tão facilmente alcançável. Um trabalho que, de algum modo, já vinha sendo feito pela nova voz da Rádio Boa Nova, Vítor Costa, através do programa que acontece entre as 10h00 e as 12h45.
Segundo Albino José, a Rádio Boa Nova está igualmente recetiva à parceria com escolas profissionais e de ensino superior, mostrando-se disponível para acolher estagiários que ali possam dar os primeiros passos a nível profissional e ao mesmo tempo contribuir para a revitalização da estação emissora.
À frente de um novo ciclo da Rádio Boa Nova, Albino Rodrigues admite que também a rádio não consegue passar incólume aos efeitos de uma crise que afeta todos os setores de atividade. Ainda assim, o responsável assegura que a Rádio tem, através da publicidade, conseguido fazer face às adversidades”. “A Rádio não tem dinheiro, mas também não tem dívidas”, garante, salvaguardando ainda que a preocupação dos últimos tempos é de manter a rádio nas mãos dos cooperantes e não fugir àquilo que é a essência do projeto e que lhe serve de nome “Boa Nova”. Razão pela qual, como explica, os cooperantes têm resistido a propostas de venda da estação emissora.
