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Rodrigues Gonçalves apresentou novo trabalho literário e colheu elogios múltiplos

 

… de apresentação pública em Oliveira do Hospital. Com lançamento oficial previsto para junho, em Avô, a obra já foi merecedora de rasgados elogios e o autor desafiado a preparar o segundo volume.

O auditório da Biblioteca Municipal de Oliveira do Hospital foi, ontem, manifestamente insuficiente para acolher todos aqueles que não ousaram faltar à apresentação do novo livro do conhecido avoense e deputado municipal, António Rodrigues Gonçalves.

Em dia de chuva, frio e muito vento, foi com verdadeiro calor humano que “A Vila de Avô, os Concelhos e a História de Portugal” surgiu em forma de livro e que, num primeiro volume retrata o que o próprio título indica até “às Cortes de Tomar de 1581”.

Em causa está uma monografia inicialmente pensada para incidir sobre a Vila de Avô, mas que rapidamente saiu daquele domínio. “Ao tentar falar de Avô, percebi que era preciso falar da história do concelho e de Portugal, porque para historiar um povo é preciso contextualizá-lo na história da sua região e do seu país”, explicou Rodrigues Gonçalves à bem composta plateia que, na maioria, rumou de Avô até àquela sala da cidade para estar ao lado do autor em tão importante momento.

Exemplo disso foi também a presença de todas as coletividades da freguesia naquela sessão de apresentação, onde também não faltou o estimado presidente de Junta de Freguesia que recupera de um problema de saúde.

“O meu muito obrigado pelo magnífico trabalho que vai enaltecer Avô, tal como já foi feito por Vasco de Campos e Brás Garcia de Mascarenhas”, referiu emocionado Aristides Gonçalves, numa sessão, onde também ele foi alvo de palavras de apreço – “um homem que atravessa momentos difíceis, mas que tem feito um bom trabalho” – por parte do presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital.

Mentor de um livro prefaciado por Amadeu Carvalho Homem – “tornou a obra mais rica”, frisou – Rodrigues Gonçalves justificou a obra com o facto de “a identidade das terras e povos só sobreviver desde que não se perca a memória e se mantenha o diálogo”.

Ainda que aos 22 anos, o escritor tenha partido de Avô, o filho da terra garante nunca lhe ter perdido amor, pelo que o livro chega a ser resultado de “fragmentos de sabedoria” que foi coligindo ao longo dos anos e que, nos últimos três anos lhe permitiram dar início ao atual trabalho. Um livro assente num primeiro volume e que aguarda por um segundo trabalho que o complete.

Um desafio que, ontem, foi lançado pelo próprio presidente da editorial Moura Pinto, Manuel da Costa, que descreve o autor como sendo um “homem preocupado”. “Isso é o que o enaltece, Não podemos desistir, temos que ser os artífices da modificação”, verificou. Ao desafio, Rodrigues Gonçalves logo acedeu, dando como certo o lançamento do segundo volume para 2014.

Entretanto, como explicou, o primeiro trabalho ainda vai ser objeto de um lançamento oficial em Avô, com data prevista para 30 de junho. Ainda sobre a obra, ontem apresentada, o autor destacou o apoio da família, editorial Moura Pinto, Junta de Freguesia e Sociedade de Defesa e Propaganda de Avô, Câmara Municipal e António Lopes.

“O livro não poderia aparecer numa altura melhor do que esta”

Numa sessão conduzida pela vereadora da Cultura, Graça Silva, coube ao amigo e presidente da Assembleia Municipal fazer as considerações maiores sobre o autor e o livro. Uma obra que se recusa a apelidar de monografia e, muito menos, de livro.

“O que aqui está é um tratado”, referiu António Lopes que conhecedor profundo da História de Portugal, disse nunca ter encontrado uma obra com tamanho “rigor e meticulosidade”.

“Fiquei esmagado perante esta obra”, continuou o presidente da Assembleia Municipal que para além de destacar o intenso trabalho de pesquisa e de explicação dos pormenores que a obra encerra, destacou a importância do seu aparecimento numa altura em que o poder local sofre ameaças.

“O livro não poderia aparecer numa altura melhor do que esta”, referiu, aludindo particularmente aos períodos da História em que o poder local foi muitas vezes ameaçado e até extinto. António Lopes lembrou que o que se está a passar no país “não é novidade” e que o livro de Rodrigues Gonçalves até veio dar muito “ânimo”. “Só é vencido quem desiste de lutar”, sublinhou, verificando que no que respeita à “luta pelo poder autárquico, se formos consequentes e persistentes acabaremos por defender o que é nosso por direito”.

Assumindo um maior distanciamento da História de Portugal, o presidente da Câmara Municipal destacou antes a preocupação da autarquia a em continuar a apoiar os autores concelhios que, tal como Rodrigues Gonçalves, “enaltecem e enobrecem o concelho”.

Sobre a obra, José Carlos Alexandrino disse não ter dúvidas de que a mesma “enaltece Avô, o seu autor e o seu amor” e, socorrendo-se da leitura de breves passagens elogiou aquele que foi “o trajeto de vida muito interessante” do autor, que “sonhou que poderia ir mais longe”, mas “não esqueceu as suas origens”.

A participação de Rodrigues Gonçalves na vida política local valeu ainda o elogio de Alexandrino que o considera “político brilhante”, tendo a registar que na altura em que perdeu as eleições para presidente da Câmara Municipal, não foi Rodrigues Gonçalves quem perdeu, mas antes o concelho de Oliveira do Hospital.

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