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Rodrigues Gonçalves preterido, Dulce Pássaro deve ser a cabeça de lista do PS à liderança da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital

O presidente da Assembleia Municipal (AM) de Oliveira do Hospital anunciou ontem que o seu nome foi preterido pelo Partido Socialista como cabeça de lista à AM para as eleições autárquicas de 1 de Outubro. Rodrigues Gonçalves anunciou ontem esse facto durante a reunião daquele órgão e sublinhou que depois de receber a notícia chegou à conclusão que os socialistas “perderam a confiança” na sua pessoa. Como tal, explicou, não fará parte da lista concorrente ao próximo acto eleitoral. O CBS apurou que aquele lugar, algo que ainda não foi confirmado oficialmente, será ocupado por Dulce Pássaro, antiga ministra do Governo de José Sócrates.

“Como é habitual nos cargos públicos, sempre que há eleições coloca-se o lugar à disposição. Como quero estar em paz com a minha consciência, como creio ter cumprido o meu dever quando tomei a iniciativa de tentar organizar o funcionamento desta Assembleia Municipal no início deste mandato, também eu coloquei o lugar à disposição do meu partido. Já recebi a resposta no sentido de haver outro candidato a cabeça de lista à Assembleia Municipal. Posso então, concluir que perderam a confiança em mim. Assim sendo não farei parte da lista de candidatos à AM”, referiu Rodrigues Gonçalves que ocupou aquele lugar, não por ter sido eleito nas urnas, mas depois de António Lopes (o cabeça de lista mais votado de sempre àquele órgão) ter sido afastado do cargo.

“Continuarei a apoiar José Carlos Alexandrino”

Na sua declaração, o ainda presidente da Assembleia Municipal, que foi muito criticado pela oposição pela forma como conduzia as reuniões, disse não guardar ressentimentos e assegurou o seu apoio a todos os candidatos que o PS apresente no concelho. “Quero reafirmar que continuarei a apoiar José Carlos Alexandrino e os seus vereadores, assim como todos os candidatos do meu partido à Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia”, disse antes de concluir que com aquelas palavras dava o caso por encerrado.

O homem que foi eleito nas urnas para exercer aquele cargo e foi pouco depois afastado considerou esta decisão do PS “normalíssima”. “Se quando foi candidato não foi eleito, se depois de um interregno de democracia implantou o que de pior vi desde que entrei na Assembleia, o ser preterido acho normalíssimo. Isso não me causa qual estranheza. O que me intriga mesmo é quem terá tido condições de fazer tal análise, porque enfermam todos do mesmo pecado, excluindo o Francisco Garcia, pai”, disse ao CBS António Lopes, para quem em todo este processo só achou estranho como é que Rodrigues Gonçalves conseguiu manter o cargo por tanto tempo. “Isso é que é de admirar, depois do cinismo e da ‘partidarite’ que sempre demonstrou”, concluiu.

O presidente da autarquia e candidato a um novo mandato pelo PS, José Carlos Alexandrino, elogiou o trabalho desenvolvido por Rodrigues Gonçalves. “Foi um homem que tentou sempre ser isento e tentou encontrar soluções”, afirmou, passando depois a atacar sem referir o nome aquele [António Lopes] que foi eleito pelo voto popular para liderar a Assembleia Municipal, mas que ontem não esteve presente na sessão. “Não tentou ser ele [Rodrigues Gonçalves] a governar a Câmara Municipal como aconteceu com o anterior, por isso lhe foi retirado o cargo”, frisou.

 A ex-ministra especializada em resíduos

Ao que o CBS apurou, o PS irá apresentar como cabeça de lista à Assembleia Municipal a ex-ministra de José Sócrates Dulce Pássaro que liderou a pasta do Ambiente e do Ordenamento do Território, entre Outubro de 2009 e Junho de 2011, altura em que José Sócrates se demitiu do cargo de primeiro-ministro, abrindo caminho a novas eleições e à entrada da “troika” num país em enormes dificuldades financeiras. Dulce Álvaro Pássaro, 64 anos, é licenciada Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico e especializada em engenharia sanitária na Universidade Nova de Lisboa. É também especializada na área dos resíduos onde exerceu grande parte da sua actividade.

Dulce Pássaro foi sempre muito elogiada por José Carlos Alexandrino que sempre se refere a ela como sendo “sempre a nossa ministra”. E deteve, entre outros cargos, a presidência do Instituto dos Resíduos, a chefia de divisão de resíduos da Direcção Geral da Qualidade do Ambiente, a direcção do serviço de resíduos e reciclagem da Direcção Geral do Ambiente e a direcção do departamento de planeamento e assuntos internacionais do Instituto dos Resíduos. Dulce Pássaro participou também na elaboração da primeira lei nacional da qualidade da água, do Plano Nacional de Resíduos, dos Planos Estratégicos para Gestão dos Resíduos Industriais e Hospitalares e da legislação de resíduos para o território de Macau. Exerceu ainda, de Março de 2003 até Outubro de 2009, as funções de vogal do conselho directivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos. Foi ainda membro de vários comités presididos pela Comissão da União Europeia

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