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Nuno Nunes, o apaixonado por motos que está a atrair turistas à região da Beira Serra para conhecerem a região por trilhos todo o terreno
O empresário Nuno Nunes começou como mecânico de motos em 1993. Ao longo dos anos transformou-se numa referência na área. Quer em Oliveira do Hospital, quer na região. Fez competição de motos, teve equipas e ainda mantém uma formação que luta pelos primeiros lugares em Buggys. Mas se a oficina e o stand continuam a ser prioritária, a empresa de eventos que criou em 2018, está a tomar-lhe cada vez mais tempo e a atrair turistas que querem conhecer de moto ou buggy, por trilhos de todo o terreno, o que de melhor existe na região. Da Serra da Estrela, à Serra do Açor, passando pelos rios Alvoco, Alva ou Mondego. Sem esquecer os passeios mais tranquilos pelos muitos monumentos e museus da região através dos modestos Tuk Tuk.
Uma aposta que se fica a dever em boa parte ao facto de Nuno Nunes, 45 anos, não gostar da escola. Mal teve oportunidade, arrumou a pasta e arranjou emprego numa oficina de motorizadas. Oito anos depois começou a trabalhar por conta própria. “Sem ajuda nenhuma, a ferramenta contava-se pelos dedos de uma mão, mas consegui, com muito esforço, abrir uma loja de manutenção de motos”, conta, sem disfarçar um pouco de orgulho, ele que chegou mesmo a ter uma equipa com oito pilotos, a NN Motos Racing Time. Hoje ainda mantém uma formação de competição de buggys (com os pilotos António Gil, de Góis, e Bernardo Aquino, de Tábua).
Agora, os turistas assumem uma importância maior. São normalmente provenientes dos grandes centros
urbanos ou do estrangeiro. “O número de clientes tem tido um crescimento enorme e é uma oportunidade muitíssimo relevante para a economia do interior”, conta, antes de explicar que a empresa aluga e promove passeios de motos trail e buggys (dois de quatro lugares e um de seis) que são conduzidos pelos clientes, a não ser que exista o pedido expresso para ser alguém da equipa Hill Star”, conta Nuno Nunes, frisando que são muitos aqueles que “preferem eles próprios desfrutar do gozo de conduzir estas máquinas” pelos percursos preparados ao pormenor pelos profissionais da empresa, incluindo dormidas, passando pelas refeições, onde procuram a gastronomia e os produtos locais. E servem de guias pela Serra do Açor, Serra da Estrela ou com visitas pelos monumentos locais.
“Estas paisagens deslumbrantes, com visita por caminhos todo o terreno, entre outros, à serra do Açor, ao Monte do Colcurinho, Piodão, ponto de vigia de Monte Redondo. A ponte romana de Alvoco também é um dos locais onde as pessoas adoram parar. De moto temos uma rota mais abrangente que vai até às minas da Panasqueira. A serra da Estrela é outra dos nossos destinos e é um local que tem o seu encanto de Verão e a neve no Inverno. Temos também rotas pelos rios Alvoco, Alva e também pelo Mondego. Para os clientes habituais, que são cada vez em maior número, vamos criando novas rotas”, explica, frisando que os lanches são sempre com produtos da região como o queijo Serra da Estrela, presunto e vinho. “Adoram estas coisas. Temos tudo aqui para vingar no sector do turismo. É preciso ideias e um pouco de coragem para investir”, sublinha. “O nosso último investimento foi a
compra de uma quinta, com 20 mil metros, onde vamos construir a nossa base. Mas ainda não está definido. Temos de pensar bem”, conclui, ele que perdeu quase tudo nos incêndios de 2017, incluindo a oficina e mais de 100 mil uros só em motos de clientes, e teve de ser reerguer. Conseguiu. Mas ainda hoje continua a aguardar parte dos apoios prometidos.
