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EB1 de Senhor das Almas: Pais vão fechar portão a cadeado

Apoiados pelos encarregados de educação dos 11 alunos que, este ano, continuam a frequentar a EB1 de Senhor das Almas, os pais das oito crianças que foram transferidas para Nogueira do Cravo estão decididos em fechar os portões da velhinha escola a cadeado.

Concentrados, esta manhã, em frente à EB1 de Senhor das Almas, os pais revelaram-se inconformados com a deslocalização dos oito alunos e, com o facto de a escola de acolhimento não reunir as necessárias condições em matéria de espaço para almoço e ATL.

Ao invés disso, reclamam que os alunos voltem a ser colocados na EB1 do Senhor das Almas e solicitam que o regime de desdobramento continue naquela escola por mais um ano, até que seja construída uma nova sala de aula ou o tão desejado centro educativo capaz de servir a comunidade educativa da freguesia de Nogueira do Cravo.

Numa tentativa de participarem na sessão de apresentação destinada aos 11 alunos do 1º e 2º anos, os pais e os alunos do 3º e 4º ano – faltaram à apresentação da passada sexta-feira – disseram estar dispostos a lutar pelo que consideram ser a melhor solução para a totalidade dos alunos. “Queremos o melhor para os nossos filhos e a EB1 de Nogueira do Cravo não é a melhor solução”, referiu Sandra Saraiva, esclarecendo que “não se trata de uma questão de bairrismo”. “Não queremos uma escola de remedeio”, vincou a encarregada de educação, manifestando-se também contra o facto de a nova decisão impor a separação dos alunos. “Se até aqui cabiam cá todos ao alunos, agora também cá deviam continuar”, acrescentou, notando que “mais valia que a escola fechasse para todos”.

Sem obterem uma resposta favorável da parte da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) e do Agrupamento de Escolas Brás Garcia de Mascarenhas, os pais estão decididos a fazer uso de um cadeado, para amanhã impedirem o acesso à escola. Prevista está também uma manifestação em frente às instalações da DREC. “Não podemos admitir que os nossos filhos sejam prejudicados”, referem os pais em uníssono.

Embora o agrupamento de escolas seja apontado como o mentor da decisão, é à Câmara Municipal que os pais atribuem a responsabilidade maior em todo este processo, pelo facto de a Carta Educativa prever a construção de mais uma sala de aula na EB1 de Senhor das Almas. Optou, antes, por dotar a escola de ATL e levar a que oito alunos e um professor fossem deslocalizados para Nogueira do Cravo.

“Eu construções não faço”

Invocando as directrizes pedagógicas a que se vê obrigado a dar cumprimento, o director do Agrupamento de Escolas Brás Garcia de Mascarenhas disse, esta manhã – depois de se reunir com os pais dos alunos – que em face da inexistência de mais uma sala, não teve outra alternativa que não fosse a de deslocalizar alunos para a EB1 de Nogueira do Cravo que – como disse – é frequentada por 57 alunos, que ocupam três das quatro salas existentes.

“Eu construções não faço. Essa é uma competência das câmaras municipais. Apenas trato questões pedagógicas”, referiu Luís Ângelo, entendendo porém que “tendo em conta os alunos actuais e os de retaguarda, naquela escola não se justifica a construção de mais uma sala”.

Para o responsável do Agrupamento de Escolas “justifica-se a construção de um centro educativo” que sirva aquela zona, porque “a construção de mais uma sala, se calhar é um mau investimento”.

Luís Ângelo assegurou que os pais foram ouvidos no decorrer do processo e que sempre houve o cuidado para que a escola não fechasse, “porque as escolas e as igrejas costumam ser as almas das freguesias”. Quanto ao anúncio de encerramento dos portões a cadeado, Luís Ângelo referiu que nada mais restará ao agrupamento que não seja solicitar a intervenção das forças de segurança.

O assunto não mereceu, contudo, qualquer tomada de posição por parte da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. Interpelados pelos jornalistas à margem das acções de campanha em que participavam, o presidente Mário Alves e a vereadora da Educação Fátima Antunes recusaram-se a tecer considerações sobre o assunto que assombra o arranque do novo ano lectivo no concelho de Oliveira do Hospital.

Atitude diferente foi manifestada pelo candidato da CDU à Câmara Municipal e pelo cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Coimbra que, logo ao início da manhã, se deslocaram àquela escola para se solidarizarem com a comunidade educativa.

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