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“Cortejo representa a nossa vontade de manter a escola viva”

 

“Somos poucos, mas dos melhores porque o que se vive aqui não se vive noutro sítio”. A afirmação sentida foi proferida há instantes pelo novo presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH) quando participava no cortejo académico da ESTGOH que, hoje, saiu à rua no âmbito da semana académica que decorre na cidade até ao próximo domingo.

Filipe Santos reagia assim ao cenário de animação e muita cerveja mas onde eram notórias as ausências da massa estudantil, decorrente do clima de instabilidade que desde o início do verão passado pairou sobre a escola afeta ao Instituto Politécnico de Coimbra.

Um clima que na opinião daquele dirigente estudantil já fará parte do passado, certo que está de que a escola se mantém viva e atrativa para os estudantes.

“Isto representa a nossa vontade de manter a escola viva”, disse confiante o aluno, natural do Porto, que frequenta o 2º ano do curso de Engenharia Civil e que até chega a compreender os motivos que conduziram à extinção da sua licenciatura, pelo facto de em Coimbra existir o mesmo curso e não ser possível ao IPC manter as duas licenciaturas em funcionamento.

Um espírito otimista que Filipe Santos sabe que não é partilhado por todos, notando que a reduzida presença de alunos no cortejo é reflexo do desânimo dos alunos. Deu o exemplo do curso de Engenharia Informática que nem se quer chegou a ter representação no cortejo com carro de curso.

Ainda assim, Filipe Santos, alerta para o facto de aquele sentimento não ser generalizado, ao ponto de constatar que “são mais os que acreditam na escola, do que os que não acreditam”. Naquele que é um novo ciclo da ESTGOH e que fica marcado pela mudança da equipa diretiva- Carlos Veiga sucedeu a Jorge Almeida na presidência da escola – o jovem estudante entende estarem reunidas “razões muito fortes”, para que a escola se continue a manter em Oliveira do Hospital.

Para além de os licenciados pela ESTGOH terem empregabilidade assegurada – “isso conta muito”, frisou – Filipe Santos entende que a ESTGOH oferece condições aos seus estudantes que outras escolas do país não conseguem oferecer.

“As razões para a ESTGOH se manter aberta são muito fortes”

A começar pelas aulas com poucos alunos que permite que os professores façam um acompanhamento aos estudantes semelhante ao que acontece no ensino secundário, Filipe Santos destacou a disponibilidade dos docentes para o efeito, não havendo quase listas de espera para o esclarecimento de dúvidas.

A somar à disponibilidade do corpo docente, o estudante de Engenharia Civil destacou ainda a qualidade do mesmo, deitando por terra o falso mito de que por ser pequena, a ESTGOH não tem qualidade de ensino. “Isso é completamente errado porque os nossos professores são muito bons”, referiu, considerando haver razões mais do que suficientes para que a escola continue na cidade.

O que o estudante não deixa de questionar é se de facto a escola é importante para cidade, chegando de imediato à conclusão de que em caso de extinção, Oliveira do Hospital “vai acabar por sair do mapa”.

“As razões para se manter aberta são muito fortes e ninguém pode ser insensível a razões como estas”, sustenta o aluno que também revelou algum ceticismo no que respeita à mudança da oferta formativa da Escola para a área da Saúde.

“Se não há verba para financiar estes cursos também não haverá para financiar cursos da área de Saúde que são mais dispendiosos”, observou, clarificando também que a possível extinção de outros cursos da ESTGOH não deve ser encarada com receio por parte dos colegas porque terão as devidas “creditações” e “não terão o seu futuro hipotecado”.

Em pleno cenário de crise económica a que a generalidade das famílias não fica alheia, o presidente da Associação de Estudantes da ESTGOH aprecia ainda as condições que a cidade proporciona aos alunos, onde por 125 ou 130 Euros conseguem suportar as despesas mensais. Factores que têm facilitado as famílias na hora de pagamento das propinas.

“Neste momento a situação não é preocupante”, referiu, constatando que a crise afetará muito mais um aluno de uma grande cidade do que um aluno que frequente a ESTGOH.

A Semana Académica da ESTGOH decorre até domingo no Parque da Feira de Oliveira do Hospital. “Bezegol” é o grupo esperado para este noite. Amanhã a noite pertence e Freshkitos e no sábado aos Azeitonas. No domingo, pelas 11h00 realiza-se a benção das pastas no Parque do Mandanelho, ficando o resto da tarde a cargo das tunas.

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