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“Não posso ser diretor de um escola de Sáude e não sei de onde é que veio esta ideia”

 

… para o facto de nenhum dos 30 professores ter formação em saúde e de a nova oferta nada ter a ver com Plataforma BLC3.

Jorge Almeida aproveitou ontem a visita que um grupo de deputados do PSD na Assembleia da República – Pedro Saraiva, Maurício Marques e Nuno Encarnação – fez ao concelho para manifestar a sua “dupla preocupação” relativamente à anunciada reformulação das licenciaturas na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH).

“Em março do ano passado o presidente do Instituto Politécnico de Coimbra disse que as escola iria virar para gestão, em maio encerra Engenharia Civil e diz que a escola vai virar para os biocombustíveis, em agosto disse que fechava a escola e agora viramos para Saúde”, referiu ontem o presidente da ESTGOH que diz não compreender “o que é que terapia da fala tem a ver com biocombustíveis”.

A participar num almoço que sentou deputados, empresários e representantes de instituições à mesma mesa, Jorge Almeida reagiu publicamente à decisão saída do último Conselho Geral do IPC e que ditou a substituição dos atuais cursos da ESTGOH por novas licenciaturas na área da Saúde.

Ainda que tal decisão assegure a continuidade da escola no concelho de Oliveira do Hospital enquanto unidade orgânica, Jorge Almeida revelou-se ontem em desfavor por tal decisão não ir de encontro com aquilo que eram as expectativas iniciais quer da escola, quer da autarquia no que respeita ao estreitar de relações com a BLC 3, que aguarda pela aprovação de uma candidatura para construção de uma Biorrefinaria no concelho.

O presidente que alerta ainda para o facto de os atuais laboratórios da ESTGOH também deixarem de ter efeitos práticos, revela-se igualmente preocupado com a situação profissional dos 30 docentes – dois do quadro e 28 contratados – que não têm formação em Saúde e que, por isso, começam a temer pelo seu futuro.

“Os professores daqui não poderão ser utilizados”, alertou o responsável que, com formação na área de Engenharia Civil diz também não ter condições para continuar à frente de uma escola de Saúde. “Não tenho formação em Saúde e não sei de onde veio esta ideia”, continuou, defendo por isso que a escola de Oliveira do Hospital não se esgote na área da Saúde.

Na opinião de Jorge Almeida, o cenário mais favorável é de que as novas licenciaturas surjam em “adição” e não por via da substituição”. “Não posso consentir que retirem uma aposta ganha à ESTGOH”, assegurou.

Manifestamente contra todos os episódios que marcaram o último ano da ESTGOH – “denegriram a imagem da escola”, frisou – Jorge Almeida esclarece que a “escola não tem nada a ver” com a decisão de viragem para a área de Saúde.

O responsável lamenta a insistência do IPC em querer fechar cursos em Oliveira do Hospital usando o argumento da falta de alunos, quando ao nível de todo o Politécnico de Coimbra, 20 das 52 licenciaturas têm menos de 100 alunos. “Há aqui dois pesos e duas medidas”, notou Almeida, para quem “assim é difícil trabalhar”. Em jeito de esclarecimento, o presidente da Escola oliveirense lembrou também que a ESTGOH é uma unidade de ensino “low cost” e que “tem apenas 30 professores”. “Esta escola custa um milhão e 60 mil Euros e a presidência do IPC ganha quase o dobro disto”, comparou, assegurando que “não é possível fazer mais barato”.

É contraditório” que a ESTGOH não siga linha de desenvolvimento junto da BLC3

A posição ontem manifestada por Jorge Almeida não deixou indiferente o grupo de deputados do PSD que chegou a considerar que a oferta formativa da ESTGOH deve fazer sentido “à luz daquilo que são os recursos endógenos e as perspertivas de desenvolvimento de Oliveira do Hospital”.

Destacando o trabalho feito pelos deputados junto do governo para que a Escola continue a ser uma realidade em Oliveira do Hospital, Pedro Saraiva notou a disponibilidade dos deputados para analisar o caso da oferta formativa junto do IPC e do próprio secretário de Estado do Ensino Superior para que “se encontre solução a contento de todas as partes e se acautele os legítimos interesses de continuidade de ensino superior em Oliveira do Hospital”.

Para Saraiva, a posição de Jorge Almeida “é bastante razoável”, no entanto também lembra que é importante respeitar “as várias autonomias”. “O IPC e ensino superior têm alguma autonomia para decidir os cursos, mas sou sensível aos argumentos aqui apontados”, afirmou, considerando até que seria “contraditório” que a ESTGOH não siga uma linha de desenvolvimento junto da BLC3, onde “há perspectivas de investimento”.

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