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Oliveira do Hospital acolheu CPCJ do distrito de Coimbra em “Encontro de Reflexão”

 

“É indispensável um novo salto qualitativo”, a mensagem em jeito de desafio foi lançada pelo juiz conselheiro Armando Leandro, na sessão de abertura do encontro de reflexão “Coimbra – Tecendo a Prevenção” que, ontem, decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital.

Armando Leandro referia-se em particular ao domínio da prevenção, uma área a que as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) estarão a dar menor atenção. “As comissões estão a responder muito bem na área reparadora, mas não tão bem na área de prevenção”, considerou o presidente da CPCJ nacional que, a partir de Oliveira do Hospital, lançou o desafio para um maior empenho “na prevenção primária e secundária”.

Para Armando Leandro, é preciso que as CPCJ e todas as instituições que lhes estão associadas promovam a “cultura de prevenção primária”, propondo que, para isso, em cada estrutura seja feito um diagnóstico de cada realidade concelhia. Para o efeito, o responsável alertou também para a necessidade de, neste momento de crise, não serem retirados às instituições os meios essenciais para o desenvolvimento do seu trabalho.

Atento aos sacrifícios que atualmente se impõem às famílias, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital revelou-se, ontem, preocupado com o aparecimento de novos casos .

“As dificuldades económicas que hoje se colocam às famílias terão reflexo nos filhos e até podem levar a situações de violência e de separação”, referiu José Carlos Alexandrino, destacando o papel essencial das CPCJ numa intervenção que nem sempre é fácil.

Num concelho que de 2010 para 2011 passou de 78 para 105 casos sinalizados, o autarca revela-se igualmente preocupado com as situações que não são do conhecimento público , mas que urge identificar, como forma de assegurar a devida proteção dos menores. Neste domínio, Alexandrino destacou o papel das escolas na realização de diagnósticos e de todos os outros atores sociais. É que na opinião do autarca, “quando há uma criança desprotegida, ninguém pode estar bem com a sua consciência”.

A suceder Luísa Vales na presidência da CPCJ de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo sublinhou a atenção que a estrutura dá aos 105 casos sinalizados, mas garantiu que o problema maior reside nos “casos ocultos, não sinalizados e que estão disseminados no território e são alimentados pelo drama da pobreza e do desemprego que, em Oliveira do hospital, já afeta 1009 pessoas”.

Uma realidade que para o responsável poderá conduzir a um “risco de explosão de comportamentos na escola pública”. Situações que por via, da desejada prevenção, José Francisco Rolo quer “atalhar”, para que não se repitam “situações complexas como algumas que já existiram em Oliveira do Hospital”.

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