… “são precisas medidas de apoio para estes homens e mulheres”.
No segundo dia da 21ª Festa do Queijo Serra da Estrela e Outros Produtos Locais de Qualidade que, à semelhança de ontem, voltou a atrair uma verdadeira multidão de visitantes, o presidente da autarquia oliveirense revelou-se preocupado com o futuro do produto rei do certame e respetivos produtores locais.
Quando acompanhava o líder nacional do Bloco de Esquerda(BE) numa visita à feira, José Carlos Alexandrino efetuou um balanço positivo da festa, considerando-a a “melhor de sempre”, mas não deixou de reivindicar ao governo a adoção de medidas que assegurem a continuidade do Queijo Serra da Estrela.
“É um produto de excelência, mas está em extinção”, alertou o autarca que, aludindo ao caso concreto da seca que está a provocar prejuízos junto dos pastores, vincou a sua intenção de apoiar os pastores do concelho com uma verba global de 30 mil Euros. “É fundamental que o governo nos siga nestas medidas”, acentuou Alexandrino que, apesar de satisfeito com a eleição do Queijo Serra da Estrela como uma das Sete Maravilhas da Gastronomia, entende que tal não é suficiente para minimizar os problemas por que passam os produtores.
“Se temos o melhor produto do mundo, temos que ter coragem de o defender e de o apoiar. Tenho este combate e esta luta para fazer e não descansarei enquanto não a ganhar”, referiu, certo de que “não é com teorias que chegamos lá”.
Ainda que não tenha dúvidas de que a edição 2012 do certame seja a “melhor de sempre”, José Carlos Alexandrino revela-se mais ambicioso. “Não é suficiente. Precisamos de mais ambição que ultrapasse, de muito longe, a mentalidade de algumas pessoas de Oliveira do Hospital”, registou.
Líder do BE reclama apoio para minimizar prejuízos da seca
No segundo dia, a 21ª Festa do Queijo Serra da Estrela e Outros Produtos Locais de Qualidade contou com a visita de Francisco Louçã que reconheceu “a grande realização” e não passou ao lado os problemas que a seca está a causar aos pastores.
“Uma parte do país merecia uma atenção especial”, referiu o líder nacional do Bloco de Esquerda que registou a presença do secretário de Estado da Agricultura no primeiro dia do certame, considerando-a importante por entender que “o melhor recado ao governo é o da realidade destes produtores que têm marca de referência no país e que em situação de seca merecem o apoio para alimentação dos animais”.
Um recado que Louçã alargou a toda a área de produção agrícola, dando conta das propostas que o BE tem apresentado no sentido de aumentar a produção, o emprego e reduzir as importações.
A participar num evento alusivo à marca de qualidade “Queijo Serra da Estrela”, Louçã falou da importância de Portugal continuar a apostar em marcas reconhecidas, por via de “uma produção organizada para criar emprego”. O líder dos bloquistas chamou a atenção para o facto de Portugal ter “um problema grave de produção e de desigualdade”. “Portugal pode ter a eletricidade mais cara da Europa e os maiores prémios aos gestores da Europa, mas não tem o apoio à produção agrícola e industrial e à criação de emprego”, alertou, lembrando que “nas próximas semanas vai ser votada no Parlamento uma proposta de lei para facilitar os despedimentos”.
“O problema de Portugal é que a economia não olha para as pessoas e não as respeita”, denuncia o bloquista que diz compreender a “indignação das pessoas relativamente às contas de eletricidade. “Em cada fatura estamos a pagar os prémios de António Mexia que ganha três milhões de Euros”, frisou o responsável nacional do BE que, a partir de Oliveira do Hospital, alertou para o “roubo” associado às parcerias público-privadas, à eletricidade e até ao Serviço Nacional de Saúde. Louçã posicionou-se ao lado de António Arnaut quando apela ao PS para não aceitar as regras da Troika de tirar 500 milhões de Euros ao SNS. Para o bloquista estão em causa situações que deixam a “democracia diminuída”.