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Falta de encomendas obriga Mundiveste a suspender laboração

Sem sinais de dívidas, mas a braços com a quebra de encomendas, a empresa de confecções Mundiveste, em laboração há mais de 40 anos, viu-se obrigada, dia 26 de Maio, a interromper a actividade e a suspender os contratos de 56 trabalhadores que já se encontravam a gozar férias forçadas. 

“Tinha tudo programado até às férias, mas as vendas baixaram a nível mundial e houve um cancelamento repentino de encomendas”, referiu o administrador Manuel Dinis ao correiodabeiraserra.com, confessando que “assim era impossível continuar a trabalhar”.

Pese embora o mau momento por que está a atravessar aquela que foi uma das empresas pioneiras na área das confecções no concelho, Manuel Dinis recusa falar em encerramento da Mundiveste, já que garante que a vontade é de continuar a trabalhar e de manter os postos de trabalho. “Tenho estado a fazer contactos e, entre Agosto e Setembro devemos voltar a trabalhar”, confidenciou.

Detentora de colecções e marcas próprias, a Mundiveste tem o seu produto presente numa rede de lojas a nível nacional e vinha assegurando a prestação de serviços a nível externo.

A quebra de vendas registada a nível mundial não tem passado ao lado da unidade de confecções de Oliveira do Hospital. Manuel Dinis aponta o dedo à “má globalização que não salvaguarda os interesses dos empresários” e identifica uma “concorrência desleal” proveniente de países fora da União Europeia, “onde os salários são muito mais baixos e se produzem calças a quatro euros e três euros e meio”. “Assim é impossível”, lamentou o administrador, garantindo que o lema da Mundiveste foi o de manter sempre as contas em dia quer com os trabalhadores, quer com o fisco e Segurança Social. “Nunca tivemos salários em atraso”, referiu.

Na opinião de Manuel Dinis, o governo deveria ter uma maior sensibilidade para com as empresas, permitindo que o IVA não seja pago à cabeça e possibilitando reduções nas taxas da Segurança Social e IRC. “Isto seria um desafogo”, observou, notando que são os empresários que estão a “financiar o Estado”.

Também a Banca foi identificada como um “problema”, porque “as pequenas e médias empresas não têm direito a nada”. Num momento de crise, Manuel Dinis fala de uma boa união entre os empresários locais e a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. Segundo adiantou a este jornal, antes da reunião realizada com o cabeça de lista do PSD ao Parlamento Europeu, os empresários estiveram reunidos na Câmara Municipal, onde até foi nomeada uma comissão decidida em lutar pela defesa do tecido empresarial concelhio. O administrador fala ainda de uma boa cooperação com o Sindicato das Confecções de Coimbra.

“Acreditamos que este não é o fim da linha”

A acompanhar este processo, Fátima Carvalho do Sindicato do sector têxtil e das confecções de Coimbra acredita que a empresa “tudo está a fazer para retomar a actividade”.

“Queremos muito que a administração faça esforços para que as encomendas apareçam”, referiu ao correiodabeiraserra.com, sublinhando que o Governador Civil já foi sensibilizado para que se encontrem soluções de apoio às empresas.

“Acreditamos que este não é o fim da linha”, adiantou a sindicalista, considerando que também o governo deve olhar para este sector de uma forma diferente no que respeita aos gastos de electricidade e exportações.

Em defesa do emprego, Fátima Carvalho espera que em “Oliveira do Hospital se criem sinergias para que o sector da confecções ganhe força”.

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